Capítulo 12 - Isso é o álibi perfeito

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O tiro cortou o ar, atingindo José no estômago. O impacto fez sua camisa se manchar de vermelho, a cor se espalhando rapidamente, enquanto ele se curvava para frente, surpreso pela dor súbita. Erik, em um frenesi, disparou mais três vezes, as mãos tremendo, a respiração rápida e pesada.

Kitty estava prestes a gritar, mas Lyle, com um olhar determinado, disparou contra ela. A bala atingiu seu ombro, fazendo-a cair no chão com um gemido de dor.

Depois, com um movimento rápido, Lyle foi para atrás do sofá, levantou a espingarda e disparou contra a cabeça do pai. O som foi seco, e o sangue, misturado a fragmentos de crânio, se espalhou pela sala, manchando o sofá e o tapete.

Kitty gemia no chão, a dor e o choque dominando seu corpo. O terror tomou conta dela ao perceber o que havia acontecido. Lyle, sem hesitar, disparou novamente, a bala atingindo seu quadril. 

Erik saiu da sala, segurando a espingarda com as mãos trêmulas. O mundo ao seu redor parecia distorcido, como se estivesse assistindo a tudo de fora. Seu rosto e sua camisa estavam sujos de sangue.

Na sala, Lyle não hesitou. Ele se aproximou de Kitty, que ainda gemia no chão, e disparou mais duas vezes em suas costas.

Ele sentia o peso de cada ato, a dor e a culpa misturando-se em seu coração. Não queria que as coisas chegassem a esse ponto, mas a raiva e o desespero o consumiam.

— Eu sinto muito, mãe... — ele murmurou, quase como um pedido de desculpas, enquanto as lágrimas ameaçavam brotar em seus olhos.

Ele se virou, o coração pesado, e saiu da sala, cruzando o caminho de Erik. Ao passar pelo irmão, ele disse:

— Preciso de mais balas... Preciso acabar com isso.

Subiu as escadas, mas a dor em seu coração era quase insuportável.

Já Erik ficou parado, paralisado pelo choque, imerso em um pesadelo que parecia não ter fim.

Lyle desceu novamente, respirou fundo e retornou à sala, sua mente ainda repleta de tumulto. Ele se aproximou de Kitty, que tentava se arrastar. Com um olhar determinado, ele disparou mais duas vezes. Finalmente, Kitty caiu em silêncio, o brilho da vida se apagando de seus olhos.

O coração de Lyle estava acelerado enquanto ele se virava, caminhando de volta para Erik.

— Precisamos pegar as balas — ele disse, a voz tremendo.

Erik não respondeu, apenas concordou com a cabeça. Os dois se moveram rapidamente pela sala, iluminada apenas pela luz da TV. O ar estava denso, com cheiro de pólvora e sangue.

— Precisamos tirar essas roupas e limpar o sangue — disse Lyle, a voz firme, mas carregada de urgência.

Erik, mais uma vez, apenas concordou com a cabeça, ainda em estado de choque.

Eles subiram as escadas rapidamente, o som dos passos ecoando em um silêncio opressivo.

Lyle entrou no banheiro primeiro, tirando a roupa com pressa, suas mãos tremendo enquanto ele se despia. O espelho refletiu seu rosto sujo de sangue e ele sentiu o estômago revirar, mas não tinha tempo para pensar nisso.

Quando se virou, percebeu que Erik ainda estava parado na porta, sem se mover.

— Erik! Vai tirar essa roupa logo! — Lyle disse, sua voz cheia de uma urgência quase desesperada.

Mas Erik não se movia, o olhar fixo em algum lugar distante, como se estivesse preso em um pesadelo.

Lyle percebeu que ele estava em choque. Respirou fundo, sabendo que precisava agir, que precisava fazer isso por eles. Com um gesto decidido, Lyle se aproximou de Erik e começou a ajudá-lo a tirar a roupa.

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