Capítulo 16 - Passo importante para a recuperação

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— Consultório do Dr. Jerome Oziel, boa tarde. Como posso ajudá-lo?

— Olá, é... eu gostaria de marcar uma consulta com o Dr. Oziel, por favor — Erik disse, tentando controlar a tremedeira na sua voz.

— Claro! Qual é o seu nome?

— Erik Menendez.

Houve uma pausa do outro lado da linha, e Erik sentiu um frio na barriga. Ele sabia que o sobrenome Menendez carregava seu próprio peso, mas estava determinado a deixar isso de lado.

— Um momento, Erik. — A mulher parecia estar verificando a agenda. Depois de alguns instantes, ela continuou: — Temos uma disponibilidade para amanhã às 10h. Isso funciona para você?

Erik respirou fundo, apertando o telefone com mais força enquanto sua ansiedade aumentava. Ele precisava falar com Oziel agora, não podia esperar até o dia seguinte.

— Será que não pode ser hoje? É... é urgente.

Do outro lado da linha, a recepcionista hesitou, o som do teclado parando momentaneamente.

— Bem, senhor Menendez, a agenda do Dr. Oziel está bastante cheia hoje...

— Eu entendo, mas... por favor, — Erik insistiu, interrompendo-a antes que ela pudesse continuar. — Pode colocar o Dr. Oziel na linha? Eu realmente preciso falar com ele diretamente.

Houve um momento de silêncio desconfortável, seguido por um suspiro leve da recepcionista.

— Um momento, vou ver se ele pode falar com você.

Enquanto esperava, Erik começou a andar de um lado para o outro na sala. O que faria se Oziel não pudesse atendê-lo? As paredes da mansão pareciam se fechar ao seu redor, e a sensação sufocante só piorava.

Depois de alguns minutos, a voz inconfundível do Dr. Oziel soou do outro lado da linha.

— Erik Menendez! Que surpresa. O que posso fazer por você? — A voz de Oziel era polida, mas também cheia daquela suavidade exagerada, o tom típico de quem sabia que estava lidando com gente importante.

Erik engoliu seco, sentindo um nó se formar em sua garganta.

— Dr. Oziel, preciso de uma consulta agora, o mais rápido possível. Não estou... não estou bem. É urgente. — Ele odiava o tom quase suplicante de sua própria voz, mas estava desesperado.

— Oh, claro, claro. Para você, Erik, vou ver o que posso fazer. Só que minha agenda está um pouco cheia hoje. Sabe como é... — Ele fez uma pausa calculada, como se esperasse que Erik dissesse algo para tentar convencê-lo.

Erik não hesitou.

— Olha, eu pago o que for preciso. Só preciso falar com você. É... sério.

Oziel pareceu ponderar, aproveitando a oferta.

— Bem, bem... Eu sempre tenho espaço para clientes como você. Ah, vamos fazer o seguinte: venha ao meu consultório em uma hora. Vou dar um jeito. — A simpatia exagerada em sua voz era evidente.

Erik assentiu, sentindo uma mistura de alívio e desconforto.

— Obrigado, Dr. Oziel. Eu... vou estar aí em uma hora. — Erik disse rapidamente, querendo encerrar a conversa antes que Oziel pudesse puxar mais assunto.

— Estarei te esperando, Erik — disse Oziel com sua habitual suavidade. — Vamos resolver isso, não se preocupe.

Erik desligou o telefone, sentindo seu coração ainda acelerado, mas ao menos agora havia uma direção.

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