Sempre foi ela, sempre será ela - Simoraya

Início - Parte 2 (Soraya)

Era uma quinta-feira e estávamos fazendo um trabalho em grupo. A professora se aproximou de nós para nos ajudar, e eu senti meu coração acelerar. Ela se agachou ao meu lado e começou a explicar algo sobre o que queria na apresentação. Eu não conseguia prestar atenção em mais nada além de notar como ela gesticulava e olhava nos meus olhos. E seu cheiro? Ui... era inebriante e o meu preferido.

Depois de semanas aflita e pensando muito, precisava lidar com meus sentimentos. Tentei me aproximar mais, participar das aulas com mais entusiasmo, mas a cada interação, a insegurança tomava conta de mim. Soraya Thronicke insegura? Eu não estava me reconhecendo! Fazia muitos questionamentos... Será que ela notava? Será que pensava em mim como eu pensava nela? A cada olhar, eu buscava sinais, mas tudo o que sentia era um misto de alegria e medo.

A sala estava quase vazia após a aula. Eu via os alunos saírem e aguardava para poder falar com ela, estava aflita no que falaria, mas eu precisava tirar isso de mim. Simone me olhou e sabia que eu queria falar com ela. Estava mordendo os lábios e alternava meu olhar entre ela e a porta da sala.

- Soraya, você parece preocupada. Está tudo bem? - Perguntou Simone, com um olhar gentil.

Hesitei, respirando fundo enquanto lutava para encontrar as palavras. Finalmente, decidi de uma vez por todas dizer algo em relação ao que estava sentindo.

- Professora, eu... - comecei, com a voz tremendo um pouco. - Às vezes, as coisas ficam confusas na nossa cabeça, sabe? E eu andei pensando muito ultimamente.

Simone me observava, percebendo minha luta interna.

- Claro, isso acontece. Se precisar desabafar, estou aqui para ouvir.

Com um esforço, finalmente falei.

- Eu tenho sentido algo... diferente por você. Algo que me deixa muito confusa.

Seu olhar mudou de curiosidade para confusão.

- Como assim, Soraya?

[Suspirei] - Acho que estou apaixonada por você!

Simone ficou em silêncio por um momento, claramente surpresa.

- Soraya, isso é... inesperado. Eu sou sua professora, sou casada...

- Sim, eu sei. Além de estar na posição de aluna, sou casada também e é horrível chegar em casa e não conseguir ser a esposa que meu marido merece por estar apaixonada pela professora. - Ri com a ironia

- Não sei o que dizer - Ela arrumou o cabelo parecendo estar nervosa e confusa.

- Simone, não espero que você sinta o mesmo. – Ajeitei meu cabelo já querendo fugir dali - Mas como sou uma mulher direta com os meus sentimentos, precisava desabafar. Não consigo me concentrar direito nas aulas. Só consigo reparar em você, a maneira como você dá aula, como tem segurança ao falar sobre qualquer tema...

- Talvez você só esteja confusa, Soraya. É normal um aluno se deslumbrar com uma professora. Você deve me ver como uma boa professora...

- A melhor professora! - corrigi, sentindo a urgência das palavras. - Mas não é só isso. Seu sorriso, seu olhar tão impactante... O seu cheiro... Adoro suas piadas sem graça... Você me atrai.

Simone ficou vermelha, e sua expressão parecia um pouco atordoada.

- Soraya, fico lisonjeada com suas palavras, mas precisamos ser cuidadosas. Essas situações podem ser complicadas.

- Eu entendo - respondi, desejando poder me esconder. - Só precisava compartilhar isso. Ufa! Sinto como se um peso estivesse me sufocando.