Capítulo 04

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— Tem certeza que isso não é fruto da sua imaginação, Carol? — A voz do outro lado da linha soava preocupada. — Perseguir faz mais o seu estilo do que ser perseguida.

— Exatamente por isso. — Carol respondeu, enquanto passava os olhos pelos looks esparramados em cima da cama. — Ou eu tô ficando louca, ou tenho quase certeza de que alguém está me seguindo.

— Eu te avisei que era arriscado se hospedar no mesmo hotel que a Madson.

— Estou cem andares abaixo do dela. — Carol agora estava deitada de costas na cama, com as pernas para o alto, vestindo uma bermuda. — Não tem perigo nenhum. — Ela suspirou. — Minha fonte no Paragon me disse que tem seguranças espalhados por todo o hotel. Ordens da Megan. Ela não quer ninguém perambulando no andar da Taylor.

Carol pegou o telefone e se colocou sentada na cama, balançando a cabeça.

— Se Megan atravessou o planeta só pra proteger a queridinha dela, então tem alguma coisa grande acontecendo.

— Ou talvez ela só queira um pouco de paz, Carol. Ou você esqueceu que por causa das suas fotos o casamento dela acabou? — A voz do outro lado falava com um tom de impaciência. — Por que você não esquece essa história de uma vez?

Carol ficou em silêncio por um momento, com os olhos fixos no teto.

— Porque... tem uma coisa que ainda não posso contar.

— Carol,...mexer com a Megan pode ser perigoso. Você sabe disso. Aquela mulher tem metade do país comendo na mão dela, sem contar a influência da família e...

— Eu não tenho medo dela. — Carol sorriu de canto. — E estamos na Tailândia. Sou metade tailandesa ou você esqueceu esse pequeno e velho detalhe? — Vou precisar da sua ajuda com algo.

— Você e seus pedidos... — A voz do outro lado suspirou. — O que quer dessa vez?


***

Minutos depois, Carol desligou o telefone e seguiu para um dos bares do hotel.

O ambiente era sofisticado, com luzes suaves e janelas enormes que ofereciam uma vista deslumbrante da agitada Bangkok. O garçom a levou até uma lugar junto à janela. Ela colocou sua inseparável câmera estrategicamente em cima da mesa e, enquanto esperava o drink, começou a fazer várias selfies com o celular.

Carol capturou detalhes de tudo ao seu redor. — os garçons, as taças brilhando sob a luz suave, os clientes distraídos conversando.
Estava focada em observar o ambiente, quando uma mulher elegante, de postura firme e olhar penetrante, se aproximou, falando no idioma local.

Carol sorriu, inclinando levemente a cabeça, e respondeu em inglês:

— Desculpa... Eu não entendo tailandês...

— Não se preocupe. — A mulher respondeu, agora em inglês, com um sorriso enigmático. — Atendemos clientes de várias partes do mundo. — Ela entregou um cartão preto com letras douradas a Carol, onde havia apenas um número de telefone. — Se precisar de companhia, é só ligar.

Carol olhou para o cartão com um sorriso irônico, enquanto a mulher misteriosa se afastava. Com um suspiro divertido, pegou o celular e discou novamente o último número chamado.

— O que foi agora? — A voz do outro lado da linha parecia entendiada.

— Uma mulher acabou de flertar comigo. Me deu até um cartão com um número.

— Desde quando você gosta de se relacionar com mulheres? — A pessoa respondeu com malícia na voz.

— Eu não gosto. — Carol rebateu rapidamente.

— Tem certeza?

— Claro que tenho certeza. — Ela bufou. — Tem uma parte de mim que gosta, mas eu não faço parte dessa parte. Se é que você me entende. — Ela riu, jogando-se na cadeira. — Ah, vou te mandar umas fotos. Tem a ver com o que pedi.

— Certo, vou resolver umas coisas por aqui e entrar em contato com algumas pessoas. Pode demorar. Parece que esse caso foi encerrado há muitos anos.

— Descubra o que puder. — Carol respondeu, séria.

— Deixa comigo. Ah, Carol?

— O que foi agora?

— A Tailândia tem muitos "serviços exclusivos". Por que não relaxa um pouco e experimenta?

— Tá me dizendo pra ligar pro número desse cartão? — Carol revirou os olhos. — Vai se ferrar. — Ela desligou o telefone, ouvindo a gargalhada alta do outro lado antes da ligação cair.






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Freen




— Então, Sarocha. Como foi a entrevista?

— Fácil como tirar a calcinha de uma mulher. Começo amanhã. A madame loira já tá no papo.

— Vê se não estraga tudo dessa vez, Freen. Não esquece que a partir de agora você será a sombra dela.

— Eu dou conta. Sei como deixar qualquer mulher fazendo o que eu quero.

— Eu sei que você sabe. Mas dessa vez, você terá que obedecer ordens de uma pessoa famosa. Sabemos que você não é boa nisso...em nenhuma circunstância.

— Eu dou conta. Tudo que eu quero é que alguém se meta a besta com a patroa. Tô precisando de um pouco de ação. — Acho que vou precisar da sua ajuda com uma coisa.

— Que coisa?

— Com isso...

— Uau! Isso é um...

— Sim. A dondoca me deu. Disse pra ir nessa loja e escolher algumas roupas...você sabe...ela é uma artista, tá sempre parecendo que vai gravar um filme...preciso renovar o guarda-roupa.

— Deixa essa parte comigo.

— Finalmente vou me mudar do seu sofá.

— Com a bolada que você vai ganhar, pode dormir até na minha cama partir de agora.

Freen sorriu, abraçando carinhosamente a amiga.

Hotel Paragon - Uma Aventura Tailandesa Onde histórias criam vida. Descubra agora