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A Mulher Coelho

Taylor respirou fundo, se deixando cair no sofá.
Teve medo de começar a ter crises de ansiedade. Audrey, quem sempre a socorria e acalmava, não estava perto. Bob, o segurança, pouco poderia fazer diante de uma crise. Taylor visualizou a cena caso isso viesse a acontecer: Bob a colocaria nos ombros, a jogaria no carro e dirigiria feito louco até o hospital mais próximo. Ou, ligaria para Megan, mesmo que ela não o suportasse.

Taylor sorriu e se decidiu.

Iria até o bar do hotel e reservaria uma mesa de canto, com um bela vista para a cidade.

Tentaria ser discreta e deixaria os fãs mais insistentes por conta da cara carrancuda que Bob fazia quando queria espantá-los.

Levantou-se e se dirigiu para o quarto.
Escolheu um vestido que exalava charme e simplicidade.

- Bob. Como está o movimento hoje?

- Tranquilo, senhora. Respondeu Bob com a tranquilidade de sempre. - Vamos a algum lugar?

- Sim. Me espere na sala.

- Entendido, senhora.

Bob, fez sua ronda habitual pelo andar da suíte e deu instruções aos outros seguranças que estavam espalhados e sempre de prontidão pelo Paragon, entrando em seguida para acompanhar Taylor até seu destino.

- Tudo pronto, senhora. Podemos ir.

De repente, um barulho estranho vindo do corredor chamou a atenção dos dois.

- O que é isso? - Taylor franziu a testa, olhando para a porta.

- Vou verificar. Espere aqui, senhora.

No exato momento em que Bob girou a maçaneta para abrir a porta, uma figura vestindo somente uma lingerie de... coelhinha, com orelhas desajeitadamente balançando na cabeça, passou como um raio pela abertura, tropeçando e caindo desajeitadamente aos pés de Taylor.

- Mas o que...?! - Taylor exclamou, mal conseguindo processar a cena que se desenrolava diante dela.

- Coelhinha...onde você se escondeu???

Bob e Taylor se entreolharam e antes que pudessem reagir, a jovem coelhinha com olhos arregalados e uma expressão de pânico, levantou-se com uma agilidade impressionante, agarrando Taylor pelos ombros e, num movimento rápido, empurrou-a para trás da porta.

Taylor ficou presa entre a parede e o corpo quase despido da mulher Coelho que estava literalmente colado ao seu.

- Por favor, me ajude! Não deixe aquela mulher entrar aqui! - sussurrou a coelhinha, desesperada, com uma mão quase cobrindo a boca de Taylor para silenciá-la. Seus olhos arregalados encontraram os de Taylor, que estava completamente atônita.

- Bob, de jeito nenhum deixe essa mulher entrar! - disse Taylor, com a voz abafada pela mão da coelhinha, mas ainda autoritária o suficiente para que Bob entendesse a seriedade da situação.

Bob se virou, fechando a porta, mas não rápido o suficiente.

Uma senhora, de ar imponente, trajando uma lingerie rosa de plumas e com algemas de pelúcia balançando nas mãos, apareceu na porta, empurrando Bob para o lado com uma força surpreendente.

- Saia do meu caminho! Onde está minha coelhinha? - gritou a mulher, tentando passar por Bob enquanto ele fazia o possível para bloquear sua entrada.

- Senhora, não pode entrar aqui - disse Bob, com a voz grave, tentando manter a compostura.

- Como ousa?! Eu paguei por um serviço! Cadê aquela coelhinha? Eu sei que ela entrou aqui! - A mulher começou a xingar e a fazer um escândalo no corredor. Se você quer uma coelha, peça uma para você. Eu quero aquela danadinha. Sei que veio nessa direção.

Enquanto a mulher se distraía com Bob, Taylor aproveitou a oportunidade para sair da posição em que se encontrava.

No momento certo, fez sinal para a coelhinha correr em direção ao quarto.

Taylor, ainda tentando processar a situação, não pôde evitar uma risada, enquanto ouvia a mulher xingar e dizer coisas absurdas a Bob.

Com o bom humor de sempre, ela apareceu por trás do segurança.

- Sinto muito, mas não há nenhuma coelhinha aqui dentro, senhora. Acredito que você deva procurar em outro lugar - disse Taylor, mantendo uma expressão séria, mas com um tom sutilmente divertido.

A mulher, finalmente convencida da resistência de Bob e do tom firme de Taylor, resmungou algo antes de sair, batendo os pés no chão de mármore com frustração.

Taylor suspirou aliviada.

- Bob.

- A senhora está bem? Devo chamar reforços?

- Faça isso. Não é uma má idéia? Por enquanto, espere aqui. Vou atrás da nossa coelhinha.

- Devo acompanhá-la?

- Não será preciso.

Taylor abriu a porta do quarto e encontrou a mulher Coelho escondida dentro do closet, encolhida no chão, segurando as orelhas de coelho como se fossem um escudo.

- Pode sair agora. A barra está limpa - disse Taylor, cruzando os braços, tentando não sorrir.

A mulher se levantou devagar, visivelmente envergonhada, os olhos baixos enquanto tentava encontrar as palavras certas.

- Eu... eu sinto muito! Não era para isso acontecer. Eu só estava tentando... - começou ela, mas as palavras saíram emboladas, sem nenhuma ordem lógica.

Taylor, ainda sorrindo, levantou uma mão para acalmá-la.

- Tudo bem, não precisa se explicar agora. Parece que você teve um dia agitado. Venha, vou pegar algo para você vestir e te ajudar a sair daqui - disse Taylor, com a voz gentil e compreensiva, apesar da situação.

A coelhinha olhou para Taylor com uma mistura de gratidão e vergonha, enquanto a seguia com o olhar.

Taylor pegou um conjunto de moletom
e entregou a ela, que o vestiu rapidamente.

- Obrigada, mesmo. Eu nunca estive em uma situação assim antes - disse a mulher, ainda tentando se recompor.

- É... difícil acreditar nisso, mas você parece ter se saído bem - Taylor respondeu com um sorriso. - Agora, vamos dar um jeito de tirar você daqui. Vou pedir para Bob escoltar você até uma saída discreta.

A mulher fez sinal de agradecimento, visivelmente aliviada.

- Eu realmente agradeço, senhorita... - começou, mas Taylor a interrompeu com um gesto.

- Taylor. Apenas Taylor.

- Obrigada, Taylor. Eu nunca vou esquecer isso. Desculpe por toda a confusão... e por quase te esmagar atrás da porta.

Taylor deu uma risadinha.

- Sem problemas. Mas da próxima vez, escolha uma profissão com menos... risco de confusões no corredor - respondeu ela, piscando com humor. -Aliás, você fala inglês muito bem...

- Obrigado...mas agora preciso ir. - Disse a jovem fazendo um gesto de agradecimento com as mãos.

Com a ajuda de Bob, que tinha um sorriso contido enquanto escoltava a mulher até uma saída lateral, a jovem coelhinha finalmente deixou a suíte em segurança, deixando Taylor com uma história que, com certeza, ela jamais esqueceria.

Hotel Paragon - Uma Aventura Tailandesa Onde histórias criam vida. Descubra agora