Capítulo: 12

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Almas bonitas se reconhecem. O bem não confunde. A nossa energia não mente.





( ... )



Rafael observava Paloma que digitava alguma coisa no notebook, muito concentrada no seu trabalho. Ele dá um leve sorrisinho; aquela mulher era fascinante diante dos seus olhos. Desde a declaração que aconteceu há três semanas atrás, eles não se desgrudam, embora não tenham assumido nada publicamente. A mesma evitava aproximação a mais na empresa por medo das fofocas minarem a relação dos dois. Ela não queria ficar expondo Rafael diante dos funcionários; afinal, ele era o filho do dono e tinha que passar o ar de responsabilidade. Não seria legal ser alvo de comentários por parte da equipe que comandava.

O mais velho aproveitou que a porta estava fechada para se aproximar da morena. Ela então ergue a cabeça, sorrindo para o mesmo, que retribui o gesto. Ela sabia que ele queria um beijo, então se levantou cuidadosamente, sentando no colo dele e fazendo seus lábios se tocarem em uma sintonia harmoniosa. Delicadamente, ela pega a mão dele e passa em seu próprio rosto. Rafael adorava esse tipo de contato, embora não pudesse sentir o toque por falta de sensibilidade. Ela cheira o pescoço alheio, que estava perfumado; o mesmo sentia o local e ficava todo arrepiado. Era uma sensação gostosa.

- Acho melhor eu ir para o meu lugar; pode chegar alguém e nos ver assim. - Permanece com a cabeça repousada na curvatura do pescoço alheio. Quais seus planos para o final de semana, meu lindo? Queria te fazer um convite, mas se não puder ir, compreendo!

- Eu não ligo que nos vejam assim, Paloma. Somos adultos, donos de nossas vidas. - Beija o topo da cabeça da mesma. Deixa eu pensar ... também tenho uma proposta para te fazer. Acho que está na hora da senhorita conhecer meus pais, e eu meio que marquei um almoço no domingo lá em casa. - Ri sem jeito!

- Rafael! Meu Deus, eu vou morrer de vergonha. Sua família é tão chique. - Suspira fundo. Espero que eles gostem de mim. Bom, sábado irei fazer uma festinha para comemorar o aniversário do Gabriel. Poxa, meu menino vai fazer sete anos já. - Se recorda de quando ele era apenas um recém-nascido. Bom, sua presença será muito bem-vinda; não é nada grandioso, só alguns amiguinhos da escola dele e nós!

- Claro que eu irei! Vou comprar um presente para o pequeno. - Fala animado. Claro que eles vão gostar de você, meu bem. Relaxa, a minha família é de boa. Se quiser, pode levar o Gabriel; acho importante também a presença dele. Eu sou um homem à moda antiga, Paloma. Quero pedir sua mão em namoro para seus pais!

- Como pode? Ser tão perfeito? Eu tenho que agradecer todos os dias por você existir, Rafa. Fico imensamente feliz que esteja levando a sério nossa relação. Às vezes fico com medo que desista de nós. Eu já fui muito magoada; pensei que nenhum homem iria me querer por ser mãe solteira. Aliás, não sou vista com bons olhos pela sociedade. - Funga um pouco!

- Ei, minha linda, jamais se diminua porque é mãe solo. Isso é motivo de orgulho; você cria seu filho com muito amor e dedicação. Agradeço a esses babacas que passaram pela sua vida e não ficaram, porque agora posso te mostrar que merece o mundo e que meu amor é verdadeiro. - Alisa o rosto dela. Não chore!




RAFAEL ☄️



Acabei de acordar e ainda não abri os olhos. Me sinto cansado; as dores neuropáticas estão presentes logo pela manhã. Isso não é um sinal bom. Hoje é sábado. Por mais que não vá para a empresa hoje, prometi a Paloma que iria à festinha do Gabriel; espero poder cumprir minha promessa. Ah, Paloma, o que te tenho sido essas últimas semanas? Nunca pensei em viver algo assim na minha vida. Depois do acidente, pensei que viveria sozinho a minha vida limitada. Dezoito anos se passaram e já passei por tantos altos e baixos, dias de incertezas, idas e vindas do hospital, devido ao não funcionamento do meu corpo, que nunca pensei em me apaixonar por ninguém. Não quis trazer ninguém para o meu mundo, para essa vida que só cabe a mim viver. Minha família já sofre tanto comigo que não acho justo trazer mais ninguém para a minha realidade.

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