Além das aparências | Livro 1

Capítulo: 16

Minha linguagem de amor é se
importar com sua evolução, é tipo:

"Eu acredito em você demais, vai lá e faz".

( ... )

RAFAEL ☄️

Ficamos ali pelo o que acredito serem horas, nos abraçando, nos beijando, ela sempre me tocando, mesmo que eu não pudesse sentir suas mãos em mim, olhando dentro dos olhos do amor da minha vida, ainda sem acreditar que aquilo era real.
Ela me amava. Me queria, apesar de tudo o que já tinha visto.

- Meu amor está perfeito aqui nos seus braços, dentro desse abraço que me faz sentir protegida, mas precisamos dormir. Você está cansado da rotina da fisioterapia e não negue, gatinho, está em seus olhos, e precisamos ir trabalhar pela manhã. Então vou te virar, tá bem? Qual lado prefere ficar? Quer ficar de barriga pra cima ou de lado?

- Pode ser de barriga pra cima, amor, você vai precisar me virar algumas vezes durante a noite, a cada três horas tem que mudar o decúbito pra evitar as escaras.

Se for muito cansativo, amor, posso pedir ao meu pai ou Renato pra fazer isso, não quero que fique cansada. - falei olhando pra ela enquanto ela tirava os travesseiros atrás das minhas costas e meu corpo ia caindo na cama, mas ela me segurou.

- Não, Rafa, eu estou aqui, não é problema nenhum, meu amor, estamos dormindo juntos, pode deixar comigo, gatinho lindo.

Após me virar, ela colocou um travesseiro d'água embaixo dos meus pés e se deitou em meu peito, fazendo carícias ali.

- Amor, pode colocar minhas mãos em um abraço? Tenho como mover os pulsos, mas não tenho mobilidade aqui pra levantar o braço. - pedi a ela que, de imediato, pegou meus braços, os cruzando em seu corpo e envolvendo-me em um abraço. Eu estava a abraçando como uma pessoa normal, eu estava abraçando minha namorada.

Cantarolei uma música em seu ouvido, logo ouvindo sua respiração pesar. A minha vida tinha dormido, com as pernas por cima das minhas, abraçada a mim enquanto eu a estava abraçando... acabei pegando no sono logo em seguida, com um sorriso no rosto.

Acordei apenas com o despertador de manhã e Paloma não estava ao meu lado. Eu estava novamente virado de lado, com os braços apoiados em um travesseiro, enquanto tinha um travesseiro entre minhas pernas. Fazia tanto tempo que não dormia tão bem que nem percebi que, durante a noite, ela me virou.

Fiquei esperando meu pai ou Renato aparecer, mas quem entrou no quarto foi minha linda, ainda vestindo meu pijama, trazendo um copo de água e a bandeja com minhas medicações.

Depois, colocou na mesa no canto e veio a se acalmar, deitando-se novamente para o meu lado.

- Bom dia, meu lindo! Como está se sentindo? Dormiu bem? - ela disse, me dando um beijo no nariz e outro na testa, pegando minha mão em seguida e dando um beijo demorado ali. Olhei em seus olhos e encontrei ali aquele mesmo olhar apaixonado que espelhava o meu, ansioso por uma resposta. Ela tinha dúvidas de como para mim tê-la ao meu lado a noite toda?

- Bom dia, princesa! Estou maravilhosamente bem, dormi como há muito tempo eu não dormia. Obrigado, minha linda, por essa noite, por me dar a oportunidade de te abraçar. Você não faz ideia do quanto isso significou pra mim, ter você aqui em meus braços. - Ela sorriu lindamente e virou meu corpo novamente, nos envolvendo no mesmo abraço da noite. Sem que eu pedisse, ela foi me fazendo abraçá-la. Isso me fez sorrir como nunca.

- Eu que agradeço, Rafa, por me permitir estar aqui, por me permitir estar nos seus braços, por esse abraço gostoso que me acalma. Está tão bom ficar aqui assim com você, me abraçando, me segurando, mas precisamos levantar, anjo. Temos um longo dia pela frente.
Sei que você tem receios em relação a deixar que eu faça seus cuidados, meu bem, mas você permite que eu os faça hoje? Me permite cuidar de você? - Ela pergunta, olhando em meus olhos com uma calma e uma serenidade de quem sabe exatamente o que quer, e apesar de ainda ter receios e estar extremamente envergonhado, apenas afirmo com a cabeça, pois não tenho condições de pôr em palavras que sim.