Garota de Galway

Bebidas

Depois de toda a animação da partida, nós nos dirigimos a uma mesa mais próxima do palco, onde a música ainda pulsava, criando um ambiente perfeito para continuar a noite. Jack e eu fomos até o bar para pedir a rodada de bebidas prometida.

— O que você vai querer? — Jack perguntou, olhando para o cardápio.

— Pode ser uma Guinness para mim, e você? — eu respondi, tentando manter o tom descontraído.

— O que você acha de... uma cerveja artesanal local? — ele disse, com um brilho no olhar. — Nunca provei!

Voltamos para a mesa, onde Erin e Mailyn estavam se divertindo, rindo e conversando sobre tudo e nada ao mesmo tempo. Assim que nos aproximamos, as garotas nos cumprimentaram.

— Então, onde estão nossas bebidas? — Erin perguntou, com um sorriso travesso.

— Aqui está a nossa promessa! — Jack disse, colocando as cervejas na mesa.

— E agora? O que mais vocês têm para oferecer além de uma derrota na sinuca? — Mailyn provocou, erguendo uma sobrancelha.

— Vamos ver! — Jack respondeu, sem perder o ritmo. — Somos ótimos contando piadas e fazendo piadas ruins!

As garotas começaram a rir, e a conversa fluiu naturalmente. Comecei a me sentir mais à vontade, como se fôssemos amigos de longa data. Eu sempre gostei de puxar papo com as pessoas, e aquela atmosfera fazia isso ser ainda mais fácil.

— Então, Liam — Erin começou, me olhando com curiosidade. — Você tem namorada ou algo assim?

A pergunta pegou-me de surpresa. Olhei para ela, tentando encontrar as palavras certas. — Não, não tenho. Estou aqui só aproveitando as férias com meu amigo.

— Ah, então você está totalmente livre para aproveitar a vida! — ela disse, com um sorriso que me deixou meio nervoso e animado ao mesmo tempo.

— E você? Tem alguém especial por aqui? — eu perguntei, tentando virar a conversa.

Ela riu e balançou a cabeça. — Não, nada disso! Estou focada em aproveitar minha vida aqui em Galway e tocar meu violino. Mas quem sabe o que o futuro reserva?

A conversa continuou fluindo, e logo Mailyn se juntou à discussão, compartilhando histórias sobre suas aventuras na cidade. O jeito como elas falavam, com entusiasmo e autenticidade, era contagiante.

— Olha, se um dia vocês quiserem se aventurar mais pela cidade, eu e Mailyn podemos ser suas guias turísticas! — Erin disse, piscando. — Temos alguns lugares secretos que só os locais conhecem.

— Isso parece incrível! — Jack respondeu, animado. — Nós definitivamente vamos querer explorar mais!

— Ah, mas tem um preço! — Mailyn interveio, com um ar de mistério. — Você vai ter que nos ensinar algumas piadas ruins em troca!

— Fechado! — Jack riu, levantando sua cerveja. — Um brinde às nossas novas guias turísticas!

Todos levantamos nossos copos, brindando a uma noite cheia de risadas e novas amizades. A música do pub aumentou, e logo começamos a cantar junto com a banda, sem nos importar se éramos desafinados.

A energia estava incrível, e eu não poderia estar mais feliz por estar ali, em Galway, rodeado por novas pessoas que pareciam se divertir tanto quanto eu. Enquanto a conversa continuava, percebi que essa viagem estava se tornando mais do que apenas férias; estava se transformando em uma experiência que eu jamais esqueceria.

Enquanto a conversa fluía e as risadas se misturavam com a música, Erin virou-se para Mailyn e disse, com um sorriso brincalhão: 

— Deirfiúr, você pode acreditar nisso?

Eu e Jack trocamos olhares confusos. O que ela tinha acabado de chamar a garota de olhos verdes? A palavra soava estranha para nós.

— O que foi isso? — Jack perguntou em um sussurro, inclinando-se para mim. — Deirfiúr? É tipo um novo tipo de bebida?

— Não, cara — eu ri, tentando decifrar a situação. — Eu acho que ela tá falando em irlandês.

Erin percebeu nosso olhar confuso e, com um sorriso ainda mais largo, explicou

— Ah, "deirfiúr" significa irmã! Nós somos irmãs!

— Irmãs? — Jack perguntou, levantando as sobrancelhas. A ideia parecia meio surreal.

— Isso mesmo! — Mailyn disse, com um sorriso caloroso. — Você não achou que éramos só amigas, né?

A revelação deixou a gente um pouco chocado. Olhar para elas duas, com suas personalidades vibrantes e sorrisos encantadores, e saber que eram irmãs, foi uma reviravolta divertida. Jack, sempre rápido no humor, não perdeu tempo.

— Então, quer dizer que, se eu ficar com a loira de olhos verdes, você vai ser meu cunhado? — ele sussurrou, dando um sorriso sacana.

Eu não consegui evitar uma risada. 

— Você tá sonhando! — disse, ainda achando engraçado como a ideia de sermos cunhado parecia ter se instalado na cabeça dele.

Jack, porém, não estava nem aí. Ele bateu o punho contra o meu, como se tivéssemos acabado de fazer um pacto secreto. 

— Cunhado, vamos lá! — ele riu, e eu não consegui segurar a gargalhada que se seguiu. O jeito como ele falou soava tão absurdo que a ideia de ficarmos todos juntos parecia mais uma piada do que qualquer coisa.

As garotas nos olharam com curiosidade, e Erin ergueu uma sobrancelha, questionando: — O que vocês dois estão rindo?

— Ah, nada! — eu disse, tentando me recuperar. — Apenas pensando em como a vida é engraçada!

— E como os meninos aqui têm uma habilidade incrível de se meter em situações estranhas! — Jack acrescentou, piscando para as garotas.

Mailyn sorriu, e logo Erin começou a rir também. O clima estava ótimo, e a animação aumentava a cada momento. O pub estava repleto de alegria, e a música continuava a tocar enquanto nós continuávamos conversando.

O papo não parava, e a energia estava lá em cima. Conversas sobre viagens, histórias de infância e as peculiaridades do nosso dia a dia se entrelaçavam enquanto a conexão entre nós se fortalecia. A cada risada e piada interna, percebia que Galway estava se tornando mais do que um destino turístico; estava se transformando em um lugar onde novas amizades e histórias estavam sendo construídas.

Enquanto pensava nisso, olhei para Erin e Mailyn, e pude sentir que essa viagem estava apenas começando. E, quem sabe, talvez eu até encontrasse um jeito de tornar essa viagem ainda mais memorável.