O outro pub

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Depois da nossa rodada de bebidas, as meninas deram uma piscadinha e se levantaram de repente.

— Vamos ali rapidinho — Erin disse, com um sorriso misterioso no rosto.

Ela e Mailyn foram até a banda que estava tocando e cochicharam algo com os músicos. Não dava para ouvir o que estavam dizendo, mas o jeito animado delas me deixou curioso. Elas voltaram para a mesa logo em seguida, sorrindo de canto.

— O que vocês estão aprontando agora? — Jack perguntou, com uma risadinha, sempre pronto para qualquer brincadeira.

— Vocês vão ver! — Mailyn respondeu, já puxando Jack pelo braço. — A noite ainda tá só começando, rapazes.

— Vocês acham que vamos ficar parados aqui a noite toda? — Erin completou, puxando o meu braço também.

Antes que a gente pudesse questionar, as duas nos arrastaram para fora do pub, a noite fria de Galway nos abraçando de novo. Caminhamos algumas ruas até chegarmos a outro pub, onde o som vibrante de outra banda já podia ser ouvido a distância.

— Este lugar é ainda melhor! — Erin exclamou, abrindo caminho até a entrada.

O novo pub estava ainda mais agitado, com música animada tocando e pessoas dançando ao som de uma banda local. Assim que entramos, a atmosfera nos envolveu. O ritmo era tão contagiante que a gente mal conseguia se segurar no lugar. Erin e Mailyn nos conduziram para perto do palco, onde ficamos assistindo à banda com suas músicas tradicionais irlandesas.

No final de uma das músicas, vi um garoto jovem, talvez uns 15 ou 16 anos, correndo até as meninas com um sorriso enorme no rosto.

— Deirfiúracha! — ele gritou, abraçando Erin e Mailyn com empolgação. A palavra irlandesa ecoou de novo, e eu e Jack trocamos olhares, confusos e rindo ao mesmo tempo.

— Ah, não! Mais um "deirfiúr"! — Jack disse, rindo enquanto fingia estar perdido.

Erin riu alto e virou para nós, puxando o garoto pela camisa até onde estávamos. — Pessoal, este é nosso irmãozinho! — ela disse, orgulhosa. — Seu nome é Connor.

— Connor, esses são Liam e Jack — Mailyn completou, com um sorriso. — E cuidado com Jack, ele é o palhaço da turma.

Connor sorriu e, mesmo parecendo um pouco tímido no começo, logo relaxou quando Jack, sempre o comunicativo, estendeu a mão com uma expressão engraçada.

— Então, Connor, de quantas maneiras a sua irmã já te fez passar vergonha hoje? — Jack perguntou, piscando.

— Ah, mais vezes do que você pode contar! — Connor respondeu, entrando na brincadeira.

— Aí sim! Você vai se dar bem com a gente! — Jack riu, já começando a fazer piadas sobre a dinâmica entre irmãos.

Mailyn e Erin pareciam se divertir com o jeito desinibido de Jack, e eu apenas observava, rindo da naturalidade com que ele fazia amizade com qualquer um. Logo estávamos todos trocando histórias e brincadeiras, como se nos conhecêssemos há muito tempo.

— Acho que vocês dois já estão se enturmando bem demais com a nossa família — Erin disse, me olhando de lado, com um brilho nos olhos.

— Bom, parece que vocês são uma boa família para se enturmar! — eu respondi, tentando manter o ritmo da conversa.

No meio das risadas, Mailyn puxou Jack para uma dança improvisada ao som da nova música da banda, enquanto Erin continuava ao meu lado, ainda rindo das piadas do irmão.

— Ei, Connor! — Erin chamou. — Vai lá também, mostra que sabe dançar!

— De jeito nenhum! — ele respondeu, meio envergonhado.

Garota de GalwayOnde histórias criam vida. Descubra agora