Devagar...

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— MAILYN,  DEVAGAR! DEVAGAR! RÁPIDO DEMAIS! — Jack gritou, segurando o guidão com tanta força que parecia que ia voar para fora da bicicleta a qualquer momento.

Erin e eu não conseguimos segurar o riso. Jack estava claramente apavorado enquanto Mailyn pedalava com a maior facilidade, rindo de leve enquanto fazia curvas pela rua com uma confiança invejável. O pobre Jack parecia estar em um daqueles filmes de comédia, balançando pra lá e pra cá, tentando manter o equilíbrio.

— Ela tá te levando pra um rali de bike, Jack! — eu gritei, gargalhando junto com Erin, que mal conseguia pedalar de tanto rir.

— Isso não é devagar! — Jack reclamou, a voz tremendo de nervosismo enquanto Mailyn só ria e pedalava com ainda mais energia, como se quisesse desafiar a paciência dele.

— Relaxa, Jack! — Mailyn gritou de volta, sem diminuir a velocidade. — Você vai se acostumar!

Mas Jack não parecia muito convencido, continuava agarrado ao guidão como se fosse a última coisa que o mantinha vivo, enquanto nós dois pedalávamos mais atrás, aproveitando a cena.

— Acho que ele vai precisar de uma terapia depois dessa — Erin disse, rindo tanto que suas bochechas ficaram coradas.

— E uma aula extra de bicicleta também — acrescentei, ainda me divertindo com o desespero de Jack à frente.

O vento fresco batia no nosso rosto, e apesar da confusão com Jack, o passeio estava sendo perfeito.

Depois de alguns minutos de gritaria e risadas, finalmente paramos em um parque tranquilo, onde o sol brilhava entre as árvores. Jack praticamente se jogou da bicicleta assim que Mailyn parou.

— Eu nunca mais vou subir nessa coisa de novo! — ele disse, ofegante, apoiando as mãos nos joelhos. — Eu preciso de terapia depois disso.

Erin, que ainda estava rindo, deu um tapinha no meu braço e disse:

— Eu te disse!

Eu não pude deixar de rir mais. Jack estava todo desengonçado, o cabelo bagunçado como se tivesse acabado de sair de uma montanha-russa, enquanto Mailyn só observava, divertindo-se.

— Ah, Jack, você sobreviveu — disse Mailyn, com um sorriso travesso. — E olha, até foi bem pra um iniciante!

Jack deu um olhar incrédulo pra ela, ainda tentando se recompor.

— Bem? Eu estava a um passo da morte e você diz que fui "bem"? — Ele sacudiu a cabeça, se levantando. — Nunca mais, Mailyn. Isso foi tortura, não passeio!

Erin e eu nos entreolhamos, rindo. Ela ainda brincou:

— Quem diria, Jack, que seu ponto fraco seria uma simples bicicleta.

Ele olhou para nós com a expressão de quem já ouviu piada suficiente, mas acabou sorrindo também.

— Ok, ok. Vocês podem zoar o quanto quiserem. Só não me façam subir nisso de novo.

— Tudo bem — respondi, ainda rindo. — Mas tenho certeza que você vai acabar pedindo outra volta.

Jack balançou a cabeça, decidido:

— Nem pensar!

Jack continuou balançando a cabeça com determinação, mas dava para ver que ele estava começando a relaxar, ainda que fingisse que aquela experiência foi traumática.

— Sério, nunca mais, pessoal — ele insistiu, apesar de todos rirem ao redor. — Mailyn, você parecia estar numa competição de corrida de bicicletas!

Garota de GalwayOnde histórias criam vida. Descubra agora