Praia

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Chegamos ao cais, o som das ondas batendo suavemente nas pedras criando uma trilha sonora calma enquanto o céu escurecia. A praia era iluminada por luzes distantes e o reflexo da lua, e a brisa salgada preenchia o ar com aquele toque inconfundível de mar.

Eu olhei ao redor, admirando o cenário, mas logo percebi algo estranho.

— Ué, cadê o Jack? — perguntei, olhando para Erin e Mailyn.

— Ele estava logo atrás de mim... — Mailyn respondeu, franzindo a testa.

— Acho que ele fugiu da caminhada — Erin brincou, mas havia um tom de preocupação em sua voz.

De repente, ouvimos um barulho de campainha de bicicleta se aproximando rapidamente. Antes que qualquer um de nós pudesse reagir, Jack passou voando por nós, pedalando feito um louco em uma bicicleta alugada, com um sorriso enorme no rosto.

— Ei, seus lerdos! — ele gritou, balançando as pernas enquanto tentava manter o equilíbrio. — Vocês que são os chatos que querem andar a pé!

Eu não consegui segurar a risada, e Erin e Mailyn caíram na gargalhada também.

— Tá de sacanagem, Jack! — gritei de volta. — Achei que você tinha trauma de bicicleta!

Ele virou a cabeça para trás enquanto ainda pedalava, quase perdendo o equilíbrio.

— Eu superei! — gritou, rindo. — Só precisava de um incentivo, tipo fugir de uma caminhada entediante!

Erin balançou a cabeça, ainda rindo, e se apoiou no meu braço, tentando conter o riso.

— Ele é inacreditável — ela disse, mal conseguindo parar de rir.

— Eu avisei que ele era doido — respondi, rindo também. Jack continuava pedalando, agora um pouco mais devagar, mas ainda muito satisfeito consigo mesmo.

— Espera aí, Jack! — Mailyn gritou, correndo na direção dele. — Você não vai escapar tão fácil dessa vez!

Ela saiu correndo atrás dele, e eu e Erin seguimos atrás, rindo da situação. Jack não aguentava perder uma oportunidade de fazer uma cena, e essa noite não seria diferente.

Quando finalmente alcançamos Jack, ele tinha parado a bicicleta no final do cais, olhando para o horizonte como se tivesse feito a maior conquista do mundo.

— Olha só pra essa vista! — ele disse, com uma dramaticidade exagerada. — Valeu a pena, não vale?

— Isso se você não cair da bicicleta antes de voltarmos — eu provoquei, recebendo uma risada de Erin em resposta.

Jack olhou para nós, desceu da bicicleta com um sorriso e se aproximou, passando um braço ao redor dos meus ombros.

— Relaxa, parceiro. Você só tem inveja do meu talento natural.

— Claro, claro... — balancei a cabeça, brincando. — Quem sou eu pra competir com isso?

O vento do mar soprava com força, bagunçando os cabelos de todos nós enquanto ríamos e aproveitávamos o momento. Erin deu um passo à frente e apontou para o mar.

— Valeu a pena a corrida, não? — ela perguntou, olhando para mim.

Olhei para o horizonte, com as ondas batendo suavemente contra as pedras e o brilho da lua refletido na água.

— É, você estava certa. Totalmente memorável.

Eu e Erin deixamos Jack e Mailyn imersos em uma conversa animada sobre sei lá o quê — provavelmente alguma piada maluca do Jack — e começamos a caminhar para o outro lado do cais, em direção à parte mais tranquila, longe do barulho. O som das ondas era mais forte ali, e a brisa do mar fazia o ar parecer mais leve.

Garota de GalwayOnde histórias criam vida. Descubra agora