Capítulo 21 - No Limite da Loucura - Christian Ferraci

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Três semanas atrás...



Cheguei à minha chácara, afastada da cidade, cambaleando ao sair do carro. Minhas mãos, manchadas de sangue, tremiam enquanto tentava abrir a porta. Entrei, batendo a porta atrás de mim, quase caindo em cima da TV. O frio do chão de madeira se chocou contra as minhas costas quando desabei no tapete da sala. A dor irradiava, mas, de repente, comecei a rir, como um louco, um psicopata.

— Maldito Thauvin! — rosnei, minha voz preenchendo o silêncio.

— Isso não vai ficar barato... Se ele acha que pode chegar e tomar o que é meu, vai ter que aprender com quem está brincando!

Peguei meu celular ainda deitado no chão, a luz da tela queimando minha retina enquanto a dor latejava em meu corpo, resultado dos golpes que levei daquele filho da puta. Desbloqueei a tela e procurei por um nome específico na lista de contatos. Assim que encontrei, liguei imediatamente, deixando o telefone no viva-voz ao meu lado enquanto desabotoava a camisa, tentando aliviar a tensão que me sufocava.

— Fala, Christian, qual a boa? — a voz ecoou na linha, misturada com uma música alta ao fundo.

— Cara, preciso de informações sobre a Renata — grunhi de dor enquanto arrancava a camisa ensanguentada.

— Olha, não tenho muita coisa, mas o que consegui descobrir é que, pelo jeito, Renata está na casa do Oliver... parece que eles estão transando.. — respondeu a voz na linha.

O veneno na minha garganta queimava cada palavra.

— Como? — perguntei, incrédulo, minha mente já cheia de ódio.

— Shawn, preciso que você dê um jeito nisso.. — falei com mais fúria.

— Continue no seu cargo de Assistente médico, sei lá, mas afasta a Renata do Oliver. Faça seu trabalho, porra!

Desliguei o celular, jogando-o no chão. Levantei-me com dificuldade, indo em direção ao banheiro do meu quarto.

Enquanto retirava o resto da roupa e me jogava sob o chuveiro, a água gelada castigava meu corpo, mas não apagava as imagens que se repetiam na minha cabeça. Renata. Eu estava louco para colocar minhas mãos nela. E, quando conseguisse, iria destruí-la de uma forma tão profunda que nem o psiquiatra mais competente conseguiria consertá-la. Aquele corpo... aqueles seios... aquela boca... tudo sendo tocado por outro homem. Jamais. Não enquanto eu estiver vivo.



Uma semana atrás...



— Aah... mais forte..— a mulher loira dizia com uma voz alta.

O que me incomodava, afinal a única coisa que eu queria dela ao compra-lá era sua boceta, eu queria era usá-la para satisfazer meus desejos, por um segundo enquanto eu a fodia de quatro naquela cama de motel barato, eu podia jurar que era a Renata...a minha Renata.

Eu me aprofundei ainda mais dentro dela sentindo seu colo de seu útero tocando a cabeça de meu pau, buscando aquela sensação de controle, mas ela reagiu, tentando afastar-se de mim.

Segurei seus braços, forçando-os contra suas costas, e a fodi com mais força, sentindo que a qualquer momento eu a quebraria como porcelana. No espelho à nossa frente, vi seus olhos marejados, mas ignorei.

O que importava naquele momento era continuar, mesmo que seu corpo não pudesse mais suportar. Ela choramingou quando os estalos da minha cintura sobre seus quadris já avermelhados ficaram mais altos, e logo gozei, enchendo a camisinha que separava meu pau de sua boceta. O vazio persiste, apesar do momento.

Me afastei dela rapidamente e fui até as minhas roupas. Levantei da cama, tirei algumas notas da carteira e joguei sobre ela.

— Vaza.. — disse com frieza.

Ela se levantou e veio até mim, passando a mão suavemente pelo meu peito.

— Ah... vai, você não veio aqui só para isso, certo? — perguntou com um sorriso provocante.

Como puta, garota de programa ou seja lá a porra que ela era, ela era realmente bonita, mas como mulher, não passava de mais uma qualquer.

— O que você esperava? Flores? — respondi rindo, e completei com algo que a fez se afastar rapidamente. — Se em vida você não recebeu, imagina no seu funeral.

Em resposta, meu rosto virou violentamente para o lado, minha bochecha queimava com o tapa que ela me deu. Eu apenas ri, passando a mão no local atingido, enquanto a porta batia ao ser fechada com força. Ela saiu furiosa.

Fui até a janela do quarto, abri-a, e fiquei apoiado no parapeito. Tirei do bolso da calça uma cartela de cigarros de seda, peguei um deles e acendi. Fumei devagar, segurando a fumaça nos pulmões antes de soltá-la na direção da rua abaixo. Afinal, esse era o único jeito de "esquecer" Renata, enquanto planejava meu próximo movimento.



Dois dias atrás...



— Bom dia! Senhor porteiro — cumprimentei ao chegar à portaria do Residencial Serene View, onde Sky e Renata moravam.

— Bom dia, meu jovem. Mudou o entregador hoje? — ele perguntou com um sorriso amistoso.

Eu o olhei e ri, descontraindo o clima.

— Comecei há uma semana. O antigo entregador teve que faltar hoje... questões familiares, sabe como é...— respondi enquanto mexia na bolsa.

Eu estava vestido como um carteiro, embora estivesse longe de ser um trabalhador honesto.

— Tenho uma correspondência para... hmm... Sky... Spring... spring...— antes que eu conseguisse terminar de pronunciar aquele maldito sobrenome, o porteiro me corrigiu.

— Springfield. A senhorita Sky não está no momento, mas eu posso colocar na caixa de correio do apartamento dela.

Entreguei a carta para ele. Não havia remetente, apenas o nome da destinatária. Ele olhou para mim novamente, e a pergunta que fez em seguida me gelou por dentro.

— Por que está usando luvas? Carteiros normalmente não usam.

Eu ri, fingindo naturalidade.

— Sou um pouco higiênico. Jamais me perdoaria se sujasse alguma entrega. As correspondências têm um valor especial para quem as recebe, não concorda?

Ele acenou, concordando. Afastei-me, despedindo-me educadamente, e saí andando tranquilamente pela calçada. Não pude evitar um sorriso enquanto meus pensamentos me dominavam.

"E essa será muito mais do que especial... para Sky Springfield."

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