Lights and Secrets +18 | Dark Romance

Capítulo 14 - Correntes de Medo - Sky Springfield

O som de passos se aproximava cada vez mais. Meu corpo inteiro estava tenso, como se a qualquer momento fosse explodir de medo. O calor da adrenalina se misturava ao frio do pânico, fazendo minha pele arrepiar. Eu não conseguia pensar direito. A situação era desesperadora. Eu precisava escapar, mas com as algemas apertadas em meus pulsos e a fraqueza que tomava conta do meu corpo, parecia impossível.

A porta rangeu ao ser aberta. A silhueta de um homem apareceu contra a luz fraca que vinha do corredor. Sua presença era sufocante, preenchendo o espaço com uma sensação opressiva. Ele entrou devagar, com um sorriso cínico nos lábios, os olhos me observando com uma diversão cruel.

— Parece que nossa pequena adormecida acordou... — Sua voz era macia, mas o tom era de pura maldade. Ele se aproximou da cama, e eu me encolhi instintivamente, tentando me afastar o máximo possível, mesmo sabendo que não havia para onde ir.

— Christian...por favor...para, cadê a Renata... — Minha voz saiu mais fraca do que eu pretendia, quase um sussurro. Meus lábios estavam secos, e minha garganta queimava de sede e de medo.

Ele parou ao lado da cama, me olhando de cima como se fosse um predador estudando sua presa. Não respondeu de imediato, apenas inclinou a cabeça, como se estivesse apreciando o meu medo. O silêncio entre nós era insuportável, cada segundo esticando como uma eternidade.

— Não se preocupe...logo ela vira — ele disse finalmente, com um sorriso que fez meu estômago revirar. — Preocupe-se apenas com o que eu vou fazer com você caso fique entre nós novamente.

Eu puxei as algemas novamente, sentindo a dor latejar em meus pulsos, mas não me importei. Precisava me soltar, precisava encontrar uma saída. O pânico tomava conta de mim de forma cada vez mais intensa. Minha mente tentava desesperadamente lembrar o que havia acontecido antes de eu acabar ali, mas era como tentar agarrar sombras.

O homem se inclinou sobre mim, e o cheiro de álcool e cigarro exalava dele com tanta força que me causou náusea. Ele segurou meu rosto com força, forçando-me a encará-lo. Seus olhos eram vazios de compaixão, cheios de uma frieza assustadora.

— Eu espero que você tenha gostado do seu sono de beleza — ele murmurou, a malícia em sua voz era inegável. — Porque agora... vai ser muito mais difícil fechar os olhos.

Minha respiração estava rápida e entrecortada, o pavor me dominava completamente. Mas antes que ele pudesse fazer qualquer outra coisa, um barulho do lado de fora interrompeu o momento. Algo caiu no chão, quebrando o silêncio sufocante. Ele se virou rapidamente para as escadas, com os olhos semicerrados, claramente irritado por ter sido interrompido.

— Fique aqui — ele rosnou, como se eu tivesse a opção de ir a algum lugar. E saiu, fechando a porta com um estrondo.

Assim que ele se afastou, meu coração batia tão forte que eu podia ouvi-lo em meus ouvidos. Minha mente estava a mil, procurando uma forma de escapar. Olhei ao redor do quarto, tentando encontrar algo que pudesse me ajudar. Mas o lugar era uma cela de pesadelo. As paredes sujas, as janelas com grades... tudo indicava que eu estava presa, sem saída, de repente meu corpo dá um sobressalto ao escutar um alto barulho vindo do andar de cima.

Isso...eram disparos...

Com um esforço desesperado, comecei a puxar as algemas com todas as minhas forças, ignorando a dor intensa que rasgava meus pulsos. Eu precisava sair dali. Minha mente gritava que era impossível, mas eu não podia desistir.

O som de passos voltando me fez congelar. Ele estava vindo de novo e dessa vez seria para o ponto final, e eu ainda estava presa.