Lights and Secrets +18 | Dark Romance

Capítulo 33 - A Santa e o Pecador - Oliver Thauvin

A floresta estava quieta, o silêncio denso, o tipo de paz que precede o medo. Espiei das sombras enquanto ela chamava por Sky, cada palavra dela carregando um fio de inquietação, quase uma súplica. O som de sua voz quebrava a serenidade da noite, e eu sabia que logo ela perceberia a minha presença ali.

Escolhi o momento exato para minha entrada. Em uma voz grave e sussurrante, que reverbera com uma ameaça contida, comecei a murmurar, baixinho ao levar o modificador de voz até os meus lábios mascarados, a melodia congelou o sangue dela.

— You got your high brow... — entoei. Ela estancou no lugar, e a tensão no ar era quase possível de tocar.

Assisti a expressão dela mudar, o medo assumindo o controle. Ela começou a recuar, os olhos se movendo rápido, buscando algum sinal, algum refúgio que não viria. Mas tudo o que ela encontrou foi a minha presença, cada vez mais próxima, cada passo meu pesado, calculado.

— Shoes on your feet... — cantarolei de novo, e uma risada áspera escapou dos meus lábios.

A cada segundo, ela parecia perder mais o chão, até que, finalmente, ergueu o rosto e me viu, envolto na máscara do Ghostface, uma lâmina fria brilhando na minha mão. Seus olhos se arregalaram, e eu a observei, cada detalhe, o medo estampado em cada movimento.

— Nossa... você me assustou...eu- — ela murmurou, tentando suavizar a tensão com uma risada hesitante.

Me limitei a inclinar a cabeça, mantendo o silêncio. Era bom ver o pânico transparecer, o suor leve na testa dela, e, por um momento, tudo que fiz foi observá-la, deixando que o medo penetrasse fundo.

Quando ela tentou falar de novo, ergui um dedo sobre os lábios da máscara e sussurrei, baixo, cortante.

— Shhh!...

E então avancei, rápido, com uma força que a impulsionou para correr. Me mantive nas sombras, apenas o suficiente para que ela sentisse a minha presença, mas nunca próximo o bastante para que pudesse me ver. Ela tropeçou, cambaleou, e corri atrás dela, ouvindo a batida frenética de seu coração no ar. Ela alcançou a ponte sobre o lago, prestes a cair quando agarrei seu braço com firmeza, um toque frio e sufocante.

— Peguei você! — sussurrei perto de seu ouvido, sentindo o tremor em seu corpo.

Seu medo era tão intoxicante quanto eu esperava.

— Por... favor... — ela murmurou, sua voz quase inaudível.

Eu a observava, cada pingo de súplica em sua expressão, o terror que a dominava e o desejo que ela tentava esconder, mas que, eu sabia, estava lá.

O momento estava perfeito. E então, com um só movimento, ergui a máscara, expondo meu rosto a ela. Esperei o impacto do reconhecimento, e a surpresa não decepcionou. Vi seus olhos se alargarem, a raiva misturada ao choque, enquanto ela dizia meu nome com um fio de voz.

— Oliver...

Antes que pudesse dizer mais, senti o impacto do tapa que ela lançou, sem hesitar. Sorri. A dor era um toque ínfimo diante da satisfação de vê-la despida de todas as máscaras. Prendi seus pulsos acima da cabeça, sentindo o calor da pele dela, e me inclinei até que nossos rostos quase se tocassem.

— Eu te odeio... — ela sussurrou, com desprezo.

Meus lábios se aproximaram dos dela, meus olhos absorvendo cada detalhe de sua expressão de fúria, e sussurrei, baixo, rouco, como uma provocação.