Aurélien Tchouaméni

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Era uma tarde ensolarada no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. A agitação no terminal contrastava com a sensação de calma que ela tentava manter. SN, segurando a mala, olhava através das grandes janelas de vidro, de onde se viam os aviões a descolar e a aterrar. Suspirou fundo, sentindo um ligeiro frio na barriga antes de pegar no telemóvel e marcar rapidamente o número que conhecia de cor.

Do outro lado da linha, Aurélien Tchouaméni estava num intervalo entre treinos em Madrid. Quando viu o nome dela a piscar no ecrã, sorriu de imediato e atendeu, curioso.

— Amor, que surpresa! — disse ele, a voz cheia de carinho. — O que se passa?

Ela hesitou por um momento, olhando em redor, como se procurasse as palavras que queria dizer. A voz saiu-lhe mais suave do que o habitual, quase um sussurro.

— Olá, meu amor. Eu só... só queria dizer-te que te amo muito, sabes? Que penso em ti todos os dias, em cada momento que passo longe de ti.

Aurélien franziu o sobrolho, sentindo um aperto no peito. Não era comum ela fazer chamadas tão inesperadas. Percebeu um tom diferente na voz dela, algo que não conseguia decifrar.

— SN, está tudo bem? — perguntou ele, tentando manter a calma, mas sem conseguir esconder a preocupação. — Sabes que podes falar comigo sobre qualquer coisa.

Ela sorriu do outro lado da linha, tentando tranquilizá-lo, sentindo o calor da voz dele a envolver como um abraço.

— Está tudo bem, prometo. Só queria que soubesses que te amo. E que, mesmo com esta distância entre nós, sinto-te sempre aqui, comigo. Queria que soubesses antes de eu entrar no avião.

Houve um breve silêncio enquanto Tchouaméni assimilava aquelas palavras. Levantou-se do banco dos balneários, caminhando de um lado para o outro, como se pudesse fazer algo mais, mesmo sabendo que não estava ao lado dela.

— Eu também te amo, SN. Mais do que consigo explicar. E sinto tanto a tua falta. — A voz dele, normalmente firme, soou mais suave, quase vulnerável. — Cuida de ti, está bem? E avisa-me assim que aterrares em Madrid. Estarei à tua espera.

Ela sentiu as lágrimas a formarem-se nos olhos, emocionada pela ternura nas palavras dele. Respirou fundo, tentando segurar a emoção, e respondeu com um sorriso que ele não podia ver, mas que de alguma forma sentia do outro lado da linha.

— Podes contar com isso, amor. Vou chegar em segurança. E mal posso esperar para te ver, para te abraçar. Até já.

— Até já, meu amor. Estarei aqui, à tua espera.

Despediram-se com um último "amo-te", e a chamada foi encerrada. SN olhou pela janela uma última vez, com o coração um pouco mais leve, sabendo que, mesmo a milhares de quilómetros de distância, continuavam ligados. Enquanto embarcava no avião que a levaria até Madrid, tinha a certeza de que cada milha entre eles só reforçava o amor que partilhavam.

E ali, em Madrid, enquanto Tchouaméni olhava para o céu, sabia que aquele sentimento era mais forte do que qualquer distância.

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