Salvadores - Uma Fanfic de Paw Patrol

T1EP27 - Ryder

Ryder não havia morrido. Até porquê, se tivesse, nós não teríamos chegado a esta história. A possibilidade que lhes foi dita antes de ele ter escapado do incêndio era, na verdade, real. E isso era só o começo desta história maluca. 

Voltemos a cena onde tudo ocorreu. Naquele fatídico dia, houve um incêndio no farol de Adventure Bay, a qual Ryder permanecia desde 3 dias antes do ocorrido. Ele estava concertando seu monociclo, quando sentiu um cheiro. Ele se desesperou na mesma hora. Era o cheiro de queimado. O cheiro que sentia quando houve aquele incêndio fodido por causa dos fogos da propaganda eleitoral ao vivo de Humdinger. Ele começou a correr atrás de onde aquele cheiro vinha, com medo. Muito medo. Não de morrer, mas sim de proteger. Proteger Mini, Nano e Tot. Então, ele correu para ver o que havia acontecido. Ryder correu com o coração disparado, cada batida ecoando a urgência e o medo que ele tentava abafar. Ele sabia que precisava ser rápido — não havia tempo para hesitações. Conforme seguia o cheiro que o guiava pela estrutura do farol, imagens daquele incêndio provocado por Humdinger voltavam à sua mente. Ele tentou afastá-las, concentrando-se no agora. O fogo estava se espalhando novamente, mas desta vez, ele não sabia de onde vinha. Em uma estrutura tão antiga, bastava uma faísca para transformar tudo em um inferno em poucos minutos.

A primeira coisa que lhe veio à cabeça foram Mini, Nano e Tot, os pequenos que ele protegia como se fossem sua própria família. Ele os tinha resgatado de diferentes tragédias, e eles dependiam dele, não apenas por segurança, mas para se sentirem em casa. Ele não deixaria ninguém ou nada tirar isso deles. Seu instinto de proteger se sobrepunha ao próprio medo.

Enquanto atravessava o salão principal, Ryder avistou o fogo — chamas dançavam nas paredes, engolindo pedaços de madeira como uma criatura faminta. Ele sabia que teria poucos minutos antes que tudo fosse consumido. Ele precisava encontrar os pequenos e tirá-los de lá. O calor começava a queimar sua pele, o cheiro de madeira queimada e fumaça se infiltrava em seus pulmões, forçando-o a conter a tosse para não perder mais tempo. 

Quando Ryder abriu os olhos, a visão estava embaçada, e o cheiro de queimado ainda estava impregnado em suas narinas. Ele tentou se levantar, mas uma dor aguda em seu ombro o impediu. Tateou ao redor, sentindo o chão frio e duro sob suas mãos, coberto de poeira e pedaços de madeira quebrada. Não sabia quanto tempo havia passado desde que o teto desabou, nem se Mini, Nano e Tot tinham conseguido ajuda. Ele só sabia que, de alguma forma, ainda estava vivo.

Tentou puxar o ar para os pulmões, mas o resultado foi uma série de tosses dolorosas. Cada respiração ardia, lembrando-o do fogo que quase o consumira. Ele sentiu um gosto amargo na boca — um gosto que trazia de volta memórias indesejadas, lembranças do incêndio provocado por Humdinger e de todas as pessoas que ele não conseguira salvar naquela ocasião. Mas desta vez, ele havia feito o possível para proteger aqueles que estavam ao seu lado. Agora, tudo dependia deles.

Em meio à dor e à confusão, Ryder ouviu um som abafado. Era uma voz. Ele se forçou a focar, tentando identificar se era real ou apenas uma ilusão criada pelo seu cérebro desesperado. Aos poucos, as palavras começaram a fazer sentido. Alguém o chamava. Alguém estava ali, tentando encontrá-lo. Ele tentou gritar em resposta, mas sua voz saiu fraca, quase inaudível. Tudo o que conseguiu foi um murmúrio, mas esperava que fosse o suficiente.

"Ryder! Estamos aqui! Vamos tirar você daí!" A voz se tornou mais clara, e Ryder reconheceu o tom ansioso de Marshall, um dos amigos que fizera ao longo das aventuras. Ryder se sentiu aliviado, mas sabia que precisaria reunir forças para conseguir sair. Usando toda a energia que restava, ele moveu seu braço bom em direção à parede ao seu lado, tentando se apoiar para levantar. Cada movimento parecia uma eternidade, e a dor era insuportável, mas ele não desistiria agora.