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Minjeong estava no jardim da residência de Jimin, absorvendo os fracos raios de sol enquanto pensava nos acontecimentos da noite passada. De fato Sunoo havia providenciado tudo para que se sentisse o mais confortavelmente possível, mas ela ainda estava muito agitada para ter uma conversa educada com alguém.

O mais irônico em toda aquela situação era sua total falta de interesse em ir embora. Fosse o tratamento que estava recebendo ou sua necessidade de saber mais sobre aquele mundo, ela sentia-se confortavel naquela residência.

Como havia descoberto, Jimin morava na zona alta de Cheongdam-dong. A casa que poderia ser chamada de mansão tinha um tom neutro, com detalhes esculpidos na varanda e uma garagem repleta de carros luxuosos. Um vasto jardim com bétulas, que logo deixariam de florescer por conta da estação, cercavam a casa e calêndulas acompanhavam a pista de cascalho que levava ao portão.

Havia um muro de concreto que protegia a residência de qualquer olhar externo.

Minjeong encarou aquela área. Não era de se admirar que levando a vida que levava, Jimin tivesse sua propria fortaleza de segurança.

Minutos depois, Sunoo se aproximou e fez uma reverência com a cabeça.

– O café da manhã está pronto. Deseja que eu a sirva nos jardins, minha senhora? Embora acredite que dentro de casa o clima esteja mais aconchegante.

Mostrava-se sincero, quase esperançoso, como se ela lhe fizesse um grande favor permitindo que a acompanhasse. Mas a meio-sangue necessitava de um pouco de liberdade. Depois de tudo que acontecera, sua cabeça girava.

– Obrigada, mas não – forçou um sorriso –, só vou...

O rosto do homem desmoronou. Lembrava um cão que houvesse levado uma chicotada.

Onde estavam suas boas maneiras? Foi invadida por um sentimento de culpa.

– Então, está bem.

Sunoo assentiu e a acompanhou até a sala de jantar. O espaço magnífico, com lustres de vidro lapidado e uma mesa ricamente servida para o café da manhã que deixaram Minjeong com a impressão de estar deslocada. Uma sensação recorrente desde que tinha chegado aquela residência.

Em pensar que esse também seria o seu mundo.

O assitente indicou para que ela se sentasse, abrindo um sorriso radiante em seu rosto jovem.

Quando ela se sentou a mesa, ele logo tratou de servi-lhe.

– Você também sabia da minha existência? – Minjeong se viu perguntando.

– Oh, com certeza. Sempre soubemos onde estava. Primeiro, no Hospital Universitário, na UTI neonatal. Depois no orfanato onde foi adotada pela família Park, mas você adoeceu e teve de voltar ao hospital devido a uma pneumonia.

Minjeong bebeu um gole de suco enquanto ele lhe servia uma panqueca com frutas e mel. Mal conseguia respirar, escutava com toda a sua atenção.

– Depois a enviaram para os Kang, que viviam em uma casa de dois andares. Pensamos que eles fossem ficar com você, mas, então, ela engravidou. Finalmente, voltou para o orfanato. Detestamos que ficasse ali, porque não a deixavam sair para brincar com frequência.

– Sempre fala “nós” – sussurrou ela, com medo de acreditar. Mas louca para fazê-lo.

– Sim. Seu pai e eu. Quando vinha visitar minha senhora, Baekhyun sempre me confidenciava algo.

Minjeong cobriu a boca com as costas da mão, observando o perfil do assistente como se fosse algo que pudesse reter.

– Ele me conheceu?

Moonless Night - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora