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Taeyong se recostou na cadeira de seu escritório, pensando na noite que se aproximava. Estava pronto para tentar novamente, embora a região central da cidade estivesse muito visada naquele momento por causa dos recentes assassinatos. Caçar lupinos nas proximidades seria perigoso, mas o risco de ser preso só tornava o desafio mais atraente.

Quem quer apanhar um tubarão, não pesca em água doce. Tinha de ir aonde estavam os lupinos.

Sentia a emoção da expectativa.

Andara apurando suas técnicas de tortura. E, naquela manhã, antes de sair para a sua vida de fachada, visitara o centro de operações que montara no subsolo da sua residência. Suas ferramentas estavam ordenadas e reluzentes: uma magnum carregada, facas de vários tamanhos, uma marreta, uma serra.

Certamente, o truque consistia em percorrer essa linha tenue entre a dor e a morte. A dor pode ser prolongada por horas a fio ou mesmo dias. A morte era o interruptor definitivo.

Alguém bateu na porta.

– Entre – disse ele.

Era a empregada, uma mulher na faixa dos cinquenta anos. Seu profissionalismo nunca deixava de assombrá-lo. Apesar do fato de que trabalhava para ele havia anos, nunca ultrapassara nenhum limite do razoável e sempre se mantera alheia a qualquer assunto relativo a Sociedade Inquisidora.

Ela lhe causava certa admiração.

Tão importante quanto saber onde ir, pensou ele, é saber onde não ir.

– Tem um homem aí querendo falar com você – disse ela, com voz aveludada – Ele não quis se identificar, mas disse que era seu parceiro de negócios.

– Diga-lhe que já vou – embora eu devesse o deixar esperando, acrescentou para si mesmo.

Taeyong não pôde deixar de rir enquanto a porta se fechava atrás dela.

Lá estava um homem sem alma que matava lupinos, mas precisava trabalhar com uma dessas aberrações.

Ao menos ele tinha um objetivo e um plano. O homem que o aguardava apenas lhe trazia algumas informações quando necessário. Mas só depois de se juntar a sua amada Irmandade.

\[...]

Jimin rolou para o lado, levando Minjeong com ela, corpos colados. Alisou-lhe o cabelo para trás. Estava úmido com seu delicado suor.

Minha.

Enquanto beijava seus lábios, notou com satisfação que ela ainda não recuperara o fôlego.

– Vai passar a noite? – Perguntou.

Minjeong riu roucamente.

– Não estou mesmo certa de poder caminhar agora. Então, acho que ficar aqui é uma boa opção.

Jimin ergueu a cabeça e procurou seus olhos. Com o movimento do seu corpo, Minjeong viu os arranhões no ombro dela.

– Ah... Jimin... – ela colocou a mão na boca, horrorizada com o que via. – Eu sinto muito, mesmo.

A lupina olhou para si mesma e franziu a testa.

– Você está brincando comigo?

Quando ela lançou um olhar de volta para Minjeong, estava sorrindo com um orgulho que simplesmente não fazia sentido algum.

– Eu machuquei você – ela sussurrou. – Eu...

– Shhh – Jimin afastou uma mecha de cabelos úmidos do rosto dela. – Eu adorei. Droga, eu amei. Me arranhe. Me morda. É uma delícia.

Moonless Night - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora