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Jimin entrou no pátio traseiro do apartamento de Minjeong e sentiu toda a pele formigar. Ela estava por perto, mas as luzes de seu apartamento estavam apagadas.

Seguindo um palpite, contornou o edifício. Havia uma viatura estacionada em frente dele. Ela estava no interior do veículo.

Jimin se dirigiu até a calçada e, como se estivesse apenas passeando entre as sombras, passou ao lado do carro. Seus olhos se fixaram no homem que sorria enquanto conversava com Minjeong. Como se o desejo oculto dele não deixasse claro o que realmente queria.

Pelo amor de Deus, podia cheirar a luxúria daquele filho-da-mãe através dos vidros e do aço do carro.

Jimin deu um passo para frente. Seu primeiro instinto foi arrancar a porta do carro e matar o desgraçado que estava tão próximo dela, tirá-lo dali e rasgar-lhe a garganta na sua forma lupina.

Mas, no último segundo, conteve-se e fez força para retornar à escuridão.

Desgraçado. Se ele avançasse na direção dela...

Um rosnado gutural vibrou através de seu peito e saiu pela boca.

Ela é minha.

Praguejou. Em que universo paralelo estava vivendo? Ela era sua responsabilidade temporária, não sua companheira. Podia estar com quem quisesse. Onde quisesse. Quando quisesse.

Mas, a ideia de que ela pudesse realmente gostar daquele cara quando deixou claro que não tinha nenhum interesse, era suficiente para fazer suas têmporas latejarem.

Bem-vindo ao maravilhoso mundo do ciúme, pensou.

Como estava louca para recuperar sua vida! No segundo em que ela estivesse segura, Jimin voltaria a sua rotina habitual. E fingiria que nunca havia conhecido a filha de Baekhyun.

Ela observou enquanto Minjeong saltava do carro e se despedia do homem:

– Obrigada pela carona, Sunghoon. Mas você realmente não precisava ter se incomodado em ir até a editora.

Ele sorriu.

– Com base no que Somi me contou, achei que seria melhor fazer isso. E não foi tão ruim assim ficar na minha companhia por algum tempo.

– Muito obrigada por isso.

Seu humor parecia o mesmo de sempre.

Ele baixou a vista para o volante, percorrendo a circunferência com a mão.

– Eu apenas me preocupo com você. Prometa que vai me ligar se acontecer alguma coisa – pigarreou, como se estivesse se sentindo desconfortável.

Um sentimental. Quem diria, no fundo, aquele humano não passava de um sentimental.

– Eu sei cuidar de mim mesma, Sunghoon.

– Tá, sei que você é faixa preta – lançou-lhe um sorriso zombeteiro –, agora, trate de entrar. É tarde.

Jimin observou-a contornar o carro, passando diante dos faróis acesos, o cabelo balançando sobre os ombros.

Era realmente maravilhosa, pensou. Uma mulher e tanto.

Ela esperou até que Minjeong passasse pelo saguão e seguisse em direção às escadas antes de se mover das sombras.

Jimin estava concentrada unicamente em chegar até ela. Por isso, não percebeu que o homem havia saído do carro e a seguia até que houvesse atravessado metade do pátio.

– Polícia! Alto!

Então, ouviu claramente o som familiar da arma sendo engatilhada em sua direção.

Moonless Night - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora