Jimin estava cansada quando se recostou no sofá e esperou que Minjeong falasse novamente. Sentia-se como se seu corpo estivesse afundando em si.
Ao relembrar a cena no beco do prédio dela, lamentou que não pudesse apagar a memória do policial. O que significava que aquele homem estaria à sua procura com uma descrição precisa.
Droga. Ficara tão envolvida naquele maldito drama que havia se esquecido de se proteger.
Estava ficando descuidada. O que era perigoso.
– Como soube que eu me sentia daquela forma? – Perguntou Minjeong, de repente. – Deslocada, como se não pertencesse mais aquele lugar.
Jimin a encarou, ainda que estivesse vendada.
– É verdade, não é?
– Sim – sussurrou ela – Eu me sinto diferente quando estou com você porque é... é uma... Diabos, sequer consigo pronunciar essa palavra.
– Eu entendo – Jimin juntou as palmas das mãos, entrelaçando os dedos com força. Ela também se sentia diferente, mesmo que, tecnicamente, ela ainda fosse humana. – De forma inconsciente você reconhece que pertence ao meu mundo.
Ela assentiu de forma relutante.
– Ele não é meu amante. Sunghoon, o policial, não é.
Jimin respirou aliviada.
– Fico feliz.
– Por isso, se voltar a vê-lo, não o mate.
– Está bem.
Houve uma longa pausa antes que Minjeong voltasse a falar:
– Jimin?
– Sim?
– Na realidade, não pretendia se resposabilizar por mim, não é?
Ouvir isso a obrigou a fechar os olhos.
– É verdade.
– Então, por que o fez?
Como poderia não tê-lo feito?, pensou a lupina, apertando as mãos. Não conseguia deixá-la sozinha.
– Jimin?
– Porque tive de fazê-lo – respondeu ela, espreguiçando os braços, tentando se acalmar. Seu coração saltava dentro do peito, seus instintos despertavam, como se estivesse se preparando para uma batalha. Podia escutar o ar deixando os lábios de Minjeong, seu coração batendo, seu sangue circulando.
– Por quê? – sussurrou ela.
Tinha de ir embora. Devia deixá-la sozinha.
– Diga-me a razão.
– Você me fez perceber como sou fria.
Minjeong ergueu o rosto, procurando os olhos que não podia ver.
– Alguma coisa em você me faz se sentir confortável – disse ela, com voz rouca –, como nunca me senti em relação a outra pessoa.
Um atroz desejo de posse contorceu-lhe a alma, produzindo-lhe uma espécie de incomodo.
Jimin prendeu a respiração. Esperou para ver se aquela mortificante sensação passava, mas ela só fez aumentar.
Ficou de pé rapidamente e tentou estabelecer uma distância maior entre elas. Sem sombra de dúvida, precisava ir embora dali. Percorrer as ruas. Lutar.
– Escute, tenho de ir. Mas quero que durma aqui.
– Pensei que fossemos conversar um pouco mais. Tem tantas coisas que ainda não entendo.
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Moonless Night - WinRina
FanfictieSeul, um lugar culturalmente fervilhante, perfeito para esconder segredos, como a sórdida guerra que acontece entre lupinos e seus carrascos nas sombras da noite. Yu Jimin, a líder da raça é a lupina de sangue mais puro dentre os que povoam a terra...