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Jimin vestiu o blazer que Sunoo havia pego naquela tarde. A peça havia sido feita sob medida e, mesmo assim, sentia-se aprisionada. Ficava mais à vontade com as jaquetas de couro e as armas do que com aquele tecido caro.

Entrou no banheiro e encarou o seu refelxo no espelho, tentando ver como estava. O blazer era negro, assim como a camisa. Isso eram as únicas coisas que a agradavam.

Tirou uma faixa negra do bolso da calça e com mãos impacientes, amarrou-a ao redor dos olhos.

Onde estava Sunoo? O assistente saíra para conferir Minjeong há quase vinte minutos. Já deveria ter voltado, mas até agora nada.

Ah, diabos. Mesmo se o assistente tivesse demorado só um minuto e meio, Jimin se sentiria inquieta da mesma forma. Estava ansiosa para ver Minjeong, irrequieta e distraída. Só podia pensar em afundar o rosto em seu cabelo enquanto deslizava as mãos por seu corpo.

Mas o sexo não era tudo. Queria tratá-la com respeito, não só atirá-la na cama. Desejava ir um pouco mais devagar. Comer com ela. Conversar. Diabos, queria lhe dar um pouco de carinho, amor e atenção.

Ensaiou um sorriso. Esforçou-se por ampliá-lo. Parecia que suas bochechas iriam rachar.

Está certo, ela não era nenhum ursinho de pelúcia fofo. Mas podia tentar ser mais romântica. Podia?
Esfregou o queixo. O que ela sabia sobre romance? De repente, sentiu-se uma idiota.

Não, era algo pior que isso. Aquele traje novo e elegante a denunciara e a verdade que enxergou foi uma surpresa muito desagradável.
Voluntariamente, estava mudando sua maneira de ser, só para tentar agradá-la.

E isso afetaria seu trabalho, pensou. Justamente por essa razão, jamais deveria ter se aproximado tanto.

– Jimin? – A voz firme de Aeri foi um alívio, e a devolveu à realidade.

Saiu para o quarto e franziu o semblante quando escutou um assobio de sua aliada.

– Olha só você – disse Aeri, movendo-se ao seu redor.

– Não comece.

– Relaxa, prefiro a minha companheira – ela riu –, embora tenha de admitir que você não está nada mal.

Jimin cruzou os braços sobre o peito.

– A que veio?

– Liguei para o seu celular e não me respondeu. Disse que queria que todos nos reuníssemos aqui, esta noite, a que horas?

– Estarei ocupada até a uma.

– Uma? – disse Aeri, arrastando a palavra.

Jimin colocou as mãos nos quadris. Uma sensação de profunda inquietação, como se alguém houvesse invadido sua casa, assaltou-lhe.

Agora tudo aquilo lhe parecia tão errado. Aquele encontro com Minjeong... Mas era muito tarde para cancelá-lo.

– Que tal meia-noite? – disse.

– Direi aos nossos companheiros que estejam preparados, então.

Teve a sensação de que Aeri sorria dissimuladamente, mas a voz da lupina era firme.

Houve uma pausa.

– A propósito, Jimin.

– O quê?

– Ningning disse que ela é linda e uma ótima companhia. Ficaria encantada em cochecê-la um dia.

Se qualquer outro lupino houvesse dito isso, Jimin teria dado um murro no nariz do cretino. E embora se tratasse de Aeri, sua ira ameaçou sair do controle. Não gostava que a recordassem de quão irresistível ela era. Isso a fazia pensar no quanto queria que fosse sua.

Moonless Night - WinRinaOnde histórias criam vida. Descubra agora