013- Max Verstappen

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Eu estava atrasada

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Eu estava atrasada. Talvez a palavra "atrasada" fosse gentil demais para o que eu realmente estava. Esfreguei a testa, frustrada, enquanto o táxi avançava pelo trânsito parisiense como se lutasse contra uma maré interminável de carros. Meu editor havia deixado claro que eu tinha uma chance única de entrevistar Max Verstappen antes do fim da temporada. Uma chance de ouro, como ele havia dito com aquele tom que eu conhecia tão bem – o tom que não aceitava um "não" como resposta.

Max Verstappen. O tricampeão mundial de Fórmula 1. O homem que eu havia seguido de longe, analisado em cada artigo, cada conferência de imprensa, cada vez que ele entrava em um carro de corrida. Ele era um mistério que me fascinava, uma força que parecia tanto atraente quanto intimidadora. Nunca vi alguém que se dedicasse tanto à sua carreira, que colocasse cada parte de si em uma corrida e ainda conseguisse sair do carro com aquele olhar impassível, aquele rosto calmo e distante.

Eu soube que estava realmente nervosa quando percebi que minhas mãos estavam suando. Jornalistas não deviam se sentir assim, mas ali estava eu, mexendo no gravador de voz pela quarta vez enquanto tentava pensar em como faria a primeira pergunta. O restaurante onde ele havia concordado em se encontrar comigo era luxuoso e isolado, perfeito para alguém que queria evitar atenção, e eu me perguntava se ele não ficaria incomodado por ter concordado em falar com uma jornalista. "Ele não confia em jornalistas", eu lembrei a mim mesma, recordando os conselhos de colegas que haviam tentado entrevistá-lo antes. A questão era: como fazer Max Verstappen confiar em mim, ainda que por uma noite?

Assim que cheguei e fui conduzida à mesa privada, ele já estava lá, me esperando. Max estava sentado, casual, com uma jaqueta de couro preta e uma camisa escura, olhos azuis fixos na entrada como se estivesse contando os segundos da minha chegada. Olhei ao redor do restaurante, procurando um modo de aliviar o clima antes mesmo de me aproximar.

– Abbie Zabbot? – ele perguntou, levantando-se quando me aproximei.

A voz dele era mais baixa e suave do que eu imaginava, sem o tom agressivo que exibia em suas entrevistas pós-corrida. Ele estendeu a mão, e eu a apertei com um sorriso nervoso. As palavras estavam na ponta da minha língua, mas nenhuma parecia certa.

– Max, é um prazer conhecê-lo. Desculpe pelo atraso, o trânsito estava... – comecei, mas ele interrompeu com um sorriso breve, quase imperceptível.

– Eu sei como é. – Ele gesticulou para que eu me sentasse. – Não se preocupe.

E ali estava eu, sentada na frente de Max Verstappen, o homem que eu só conhecia pelas pistas e pelas entrevistas em que ele pouco revelava sobre si mesmo. Peguei o gravador e o coloquei sobre a mesa, apertando o botão para ligá-lo.

– Vamos começar? – perguntei, tentando parecer mais segura do que realmente estava.

Ele deu de ombros, relaxado, embora eu pudesse perceber que estava estudando cada um dos meus movimentos. Eu sabia que essa entrevista não era apenas um compromisso para ele; era uma espécie de teste.

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