parabólica;
- última curva do circuito de Monza, Itália, um setor ícone.
- parabolica agora é um setor moderno.
- onde eu escrevo imagines com seus atletas favoritos.
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A sala de desfile estava lotada. Luzes fortes iluminavam a passarela, e as câmeras piscavam em todas as direções. A música alta preenchia o ambiente, e eu me sentia cercada por um turbilhão de vozes, mas ao mesmo tempo, havia um silêncio dentro de mim. Um silêncio carregado de expectativa e de medo. Meu nome, Catarina Gonzalèz, estava em todas as manchetes daquele dia. O desfile que prestes a começar era a minha grande chance — talvez a maior de toda a minha carreira até agora.
Era o momento em que tudo poderia mudar. Era o momento em que a pequena garota da Toscana, com seu ateliê improvisado no sótão da casa dos pais, finalmente poderia se transformar em uma das estilistas mais reconhecidas de Milão, ou... cair no esquecimento.
Eu dei uma última olhada no backstage. Modelos finalizavam ajustes em seus vestidos, assistentes corriam de um lado para o outro, e os fotógrafos já se posicionavam. As peças da minha nova coleção estavam impecáveis, mas isso não aliviava a tensão em meus ombros. Eu sabia que aquele mundo era cruel. Bastava um erro, uma opinião negativa de uma das editoras sentadas na primeira fila, e todo o trabalho de meses poderia desmoronar.
Dei um suspiro fundo e caminhei até o canto mais reservado da sala. Entre uma troca de roupas e outra, olhei para meu celular. Uma única mensagem não lida piscava na tela. Era dele. Dusan Vlahovic.
Catarina, boa sorte hoje. Eu sei que você vai arrasar. Depois do jogo, vou assistir ao vídeo do desfile. Queria muito estar aí, mas sabe como é... Vamos marcar algo assim que eu voltar para casa?
Não consegui evitar um sorriso. Mesmo que ele estivesse a centenas de quilômetros de distância, em outra cidade, se preparando para mais um grande jogo, Dusan ainda encontrava tempo para pensar em mim. Ele sempre fazia isso. De um jeito ou de outro, ele estava presente.
Fazia pouco mais de seis meses desde que nossos caminhos se cruzaram pela primeira vez. Naquele evento beneficente, eu jamais poderia imaginar que o famoso atacante da Juventus, que eu só conhecia pela televisão e pelos jornais, se aproximaria para me perguntar sobre meus desenhos. Nosso encontro foi uma coincidência, talvez um daqueles acasos da vida que se transformam em algo muito maior. Eu era apenas uma estilista tentando conquistar seu espaço, e ele, uma estrela de futebol, cercado por holofotes e expectativas.
A princípio, achei que nossos mundos fossem incompatíveis. Ele vivia em um universo completamente diferente do meu, um universo de estádios lotados, multidões de torcedores e imprensa a cada esquina. E eu? Eu vivia em meu pequeno ateliê, no meio de tecidos, linhas e croquis, tentando me equilibrar entre a criatividade e as demandas de uma indústria implacável.
Ainda assim, houve algo naquela primeira conversa, algo genuíno. Ele parecia interessado não só no que eu fazia, mas em quem eu era. E, talvez o mais surpreendente de tudo, ele não parecia se importar com a minha falta de fama ou reconhecimento. Dusan enxergava em mim uma mulher batalhadora, assim como ele, uma pessoa que vivia para sua paixão, independentemente das dificuldades.
