5. Hipnotizado

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O beijo de Marc era quase uma prisão. A aspereza de sua barba roçando em meu pescoço enviava arrepios pelo meu corpo, mas a sensação não era de prazer puro — havia algo sombrio nisso, algo que me puxava para o fundo. Minha mente oscilava entre ele e Kadu. O que eu estava fazendo? Isso era completamente errado, mas o magnetismo dele era inegável.

— Vou te levar a um lugar — disse ele, interrompendo o beijo com uma firmeza que me fez sentir pequeno. Ele voltou a dirigir, e o silêncio dentro do carro era opressivo.

Eu estava inquieto, aflito. Até um dia atrás, eu nunca havia sentido atração por outro homem. E agora? Agora estava indo a um lugar desconhecido, nas mãos do pai do meu melhor amigo. Amigo com quem eu estive apenas minutos antes. Era uma traição em camadas, uma confusão sem fim. Eu precisava acabar com aquilo, mandar ele me levar para casa e fingir que nada aconteceu. Mas então sua mão pousou na minha perna, firme, quase possessiva. A simples pressão dos dedos dele era uma ordem silenciosa: fique quieto. E eu obedeci, como se fosse propriedade dele.

Seguimos rumo à Zona Sul, e quando chegamos ao Flamengo, ele entrou no estacionamento de um hotel luxuoso. Um hotel que gritava poder e decadência ao mesmo tempo. Ele estacionou sem uma palavra, saiu do carro e me fez segui-lo até o elevador. Quando apertou o botão da cobertura, senti um calafrio.

O apartamento era de tirar o fôlego. Uma sala decorada com elegância fria, paredes adornadas com arte minimalista, como se cada detalhe tivesse sido meticulosamente pensado para impressionar. A cama parecia um trono, imensa, com lençóis de linho que certamente custariam o salário de meses de qualquer pessoa comum.

— A partir de agora, esse é o nosso lugar — disse Marc, sua voz ecoando pela sala. Ele me seguia de perto enquanto eu explorava o espaço, e sua presença era sufocante.

— Quem disse que eu quero me encontrar com você de novo? — retruquei, minha voz vacilando. A verdade é que estava mentindo para mim mesmo. Eu queria, sim, estar com ele. Meu corpo gritava por ele.

Marc soltou um riso baixo, cheio de desprezo, como se soubesse o quanto eu estava preso a ele. Ele tirou a camisa lentamente, revelando um abdômen esculpido, um corpo que parecia feito para o pecado. Seus cabelos pretos, com alguns fios grisalhos, davam a ele um ar de homem maduro, inegavelmente sexy, e ao mesmo tempo, perigoso.

Ele se aproximou, os olhos fixos em mim, e começou a me beijar novamente, mas dessa vez com uma lentidão calculada, como um predador que sabe que a presa está rendida. Aquele beijo não era mais uma explosão de desejo; era uma armadilha sedutora, e eu caí nela.

O beijo se intensificou, e meu corpo cedeu. Quando ele percebeu que eu estava completamente à mercê, me levantou e me levou para a cama. Cada movimento era cuidadoso, como se ele estivesse esculpindo o momento para que ficasse gravado em mim para sempre.

Marc me virou de bruços, os lábios dele traçando um caminho pelas minhas costas. Sua barba raspando a pele era como fogo líquido, e eu me perdi completamente naquele toque. Ele sabia o que estava fazendo — e sabia que eu estava fraco.

— Eu nunca fiz isso antes — sussurrei entre gemidos, tentando ainda agarrar um último fio de controle.

— Só relaxa... Deixa comigo.

A voz dele era como um veneno doce, e eu me rendi. Ele beijava cada pedaço do meu corpo, como se estivesse reclamando o que já considerava seu. Quando ele pegou o creme e passou sobre mim, a sensação quente me envolveu, como se estivesse sendo marcado. E então, ele me tomou. Cada centímetro dele me preenchendo, cada movimento calculado, cada palavra sussurrada no meu ouvido reforçava a ideia de que eu era dele.

A dor inicial foi sufocada pelo calor do momento, e mesmo que meu corpo estivesse gritando por alívio, algo em mim desejava mais. Eu me contorcia sob ele, cada movimento seu fazia meu corpo trair meus pensamentos. Quando percebi, eu estava gozando, sem ao menos me tocar. E quando senti o calor dele dentro de mim, soube que ele tinha conquistado a última parte de mim.

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