Capítulo 04

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Estou na sala principal, cercada pela familiaridade fria e controlada que sempre me confortou

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Estou na sala principal, cercada pela familiaridade fria e controlada que sempre me confortou. Mas hoje, é diferente. Há um leve nervosismo no fundo, algo que tento ignorar. Meus avós estão chegando, e, por mais que tente manter a compostura, não posso negar o quanto esperei por esse momento.

O silêncio da sala é interrompido pelo som suave dos passos do mordomo, avisando que eles chegaram. Meu coração acelera quase que automaticamente. Respiro fundo, tentando manter a fachada de calma. Não é só mais um encontro. Faz tempo que não os vejo. Tempo demais.

Quando o mordomo abre a porta, vejo primeiro as silhuetas familiares. Meu peito aperta de um jeito que quase me desarma. Eles estão ali, de pé, sorrindo daquele jeito que só os dois sabem.
Minha avó, com seus noventa, é uma presença marcante. Seus cabelos brancos, soltos e macios, batem suavemente em seus ombros, e ela sempre usa um vestido cinza longo que combina com sua elegância serena. O perfume de lavanda, que nunca muda, é uma marca registrada dela, criando um ambiente acolhedor e familiar ao seu redor.

Meu avô, também com noventa anos, tem uma postura firme que revela sua força interior, embora seus olhos, sempre suaves, transmitam um calor reconfortante. Seu cabelo grisalho emoldura um rosto que carrega as marcas de uma vida repleta de experiências. Ele veste um terno também cinza, bem ajustado, e seu olhar me faz sentir seguro e amado, como se ele pudesse me contar todas as histórias do mundo apenas com um sorriso.

Levanto-me antes que perceba e caminho em direção a eles. As palavras que preparei não saem. Ao invés disso, meus passos são rápidos e, antes que eu consiga me controlar, já estou envolvendo minha avó em um abraço apertado. O calor dela, o cheiro familiar, me atingem como um golpe suave, e por um instante, todo o controle que tanto prezo quase escapa de mim.

—Iskra...—Ela sussurra meu nome, acariciando meus cabelos como fazia quando eu era criança. Minha garganta fecha, mas mantenho o silêncio. Não é preciso dizer nada. Depois de um momento que parece curto demais, solto-a apenas para me virar para o meu avô.

Ele me puxa para perto com aquela força protetora que sempre teve, e por um segundo, deixo minha guarda abaixar completamente. Fecho os olhos e me permito sentir o carinho que ele nunca teve vergonha de mostrar.

—Estávamos com saudades, Iskra. Pensei que tinha esquecido que tinha avós! —brinca com sua voz grave ecoando, enquanto sorri.

Eu abro um sorriso pequeno, discreto, mas verdadeiro enquanto quebro o abraço. —Eu também, vovô.

—Você está mais bonita a cada dia! — diz ele, me dando um olhar caloroso.

—Claro, é minha neta. Vai ser tão linda quanto a avó— interfere minha avó sorrindo e logo Luna e Sebastian passam pela porta.

Luna é filha do atual Don da máfia Grega, meu tio Leonidas, entrou na sala com uma presença que chamou minha atenção. Aos dezoito anos, ela já exalava confiança e elegância. Seus cabelos longos e ondulados, de um tom castanho-escuro, caíam suavemente sobre seus ombros. Seus olhos grandes e expressivos, uma mistura de verde esmeralda e castanho, brilhavam com um caloroso sorriso, revelando dentes brancos e perfeitos. Seu rosto delicado, com maçãs do rosto altas e pele bronzeada, era o retrato da beleza.

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⏰ Última atualização: 6 days ago ⏰

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