Capítulo 10

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Dentro de seu sonho, Hermione estava até os joelhos na grama alta e ondulada.

Ela se viu parada ao ar livre, vestida apenas com sua camiseta de menina Tammy e calcinha, a meia milha entre o castelo Black e a linha de árvores ao norte. Ela estava olhando para a lua, que pendia pesada e dourada entre as estrelas.

Suavemente, a brisa se agitou. Ela passou a mão pelos cabelos, afastando-os do rosto. Ela gostava da sensação do vento, um alívio do calor profundo e opressivo do campo aveludado ao seu redor. Era tranquilo aqui fora. Era calmo e silencioso. Ela nunca precisava sair se não quisesse–

Interrompendo sua solidão, um chamado baixo soou atrás dela. Era o uivo de um pássaro grande. Hermione tirou a mão do cabelo e se virou.

A poucos metros de distância, ela podia ver um pavão branco. Ele estava firmemente se aproximando dela, pavoneando-se entre as folhas de grama e cantando algo assustadoramente próximo ao seu nome. Hermione não questionou por que o pavão estava lá; ela apenas observou silenciosamente enquanto o pássaro orgulhoso se aproximava.

"Olá", ela disse, quando estava perto o suficiente para tocar.

Ele respondeu com um arrulho suave como o vento.

Então, lado a lado, ela desceu a colina com ele.

Quando chegaram ao fundo, os juncos de grama tinham se transformado em um piso de mármore. Era o salão de baile Bulstrode – mas estava vazio. Apesar do grande lustre estar aceso e do fogo crepitando em sua grade na parede mais distante, não havia um único convidado à vista. Hermione cerrou os dedos dos pés, amassando-os; ela ainda estava descalça e o piso de ladrilho parecia frio sob seus pés.

Outro sussurro veio de trás, outro chamado de seu nome.

Hermione se virou para procurar o pavão branco, mas ele havia sumido. Em seu lugar estava Lucius Malfoy. Ele era exatamente como ela o conhecera: alto e imponente, com um maxilar bem aparado e o cabelo um pouco crescido. Suas longas vestes pretas estavam escovadas, limpas e arrumadas e valiam mais do que todo o cofre do banco dela em casa.

Lentamente, ele ofereceu uma mão enluvada de couro, gesticulando para que ela dançasse.

Hermione hesitou. Seus joelhos nus roçaram um no outro, e ela sentiu o rubor se espalhar por seu rosto, queimando com calor.

"Não tenho certeza se devo, Sr. Malfoy."

Sua resposta veio calma e muito baixa. Estranhamente, ele não moveu a boca quando falou – o som de sua voz veio, em vez disso, de dentro da mente de Hermione.

"Você precisa de uma lição", ele disse.

"Mas e se eu gostar?"

"Observe", ele disse. "Observe meus olhos."

Hermione olhou para cima, captando o brilho da prata líquida enquanto ela olhava para ela, cheia de intenção. Então, compelida por uma força desconhecida, Hermione aceitou sua oferta. Ela colocou sua mão na dele.

Lucius a puxou para perto, puxando-a em sua direção com uma leve lufada de ar. Seu aperto era firme em sua cintura. De algum lugar próximo, alguém começou a tocar piano. Eles começaram a dançar uma valsa conforme a melodia, dando uma volta longa e ampla pelo salão de baile. A dança deles era formal; era educada. Hermione manteve as costas retas e o deixou liderar, guiando-a pelos movimentos. Durante todo o tempo, suas mãos permaneceram em uma altura cavalheiresca, nunca vagando, nunca se afastando de uma posição de extrema dignidade.

Only To Burn Me With The SunOnde histórias criam vida. Descubra agora