Capítulo 39

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Lá fora, no saguão, o mordomo ainda estava pairando, suas mãos enluvadas pressionadas juntas e seus olhos arregalados. De um lado dele, os Bulstrodes estavam próximos um do outro. Eles estavam com os narizes no ar. O mordomo continuou lançando olhares para eles, a boca abrindo e fechando como um peixe. Quando Hermione saiu do salão de baile, ela ouviu seu pequeno protesto estrangulado, já morrendo no fundo de sua garganta.

"Eu – madame – este realmente não é o protocolo padrão–"

Novamente, ela o ignorou. Ela não podia se deixar distrair. Ela foi até o outro lado do hall de entrada e tentou a porta mais próxima, abriu-a e verificou o interior. Estava vazio; uma sala de estar no andar de baixo com poltronas de espaldar alto e paredes forradas com prateleiras infinitas de livros.

Ela se virou para os outros. "Aqui", ela assentiu, alargando a porta. "Isso parece privado o suficiente."

Os Bulstrodes silenciosamente fizeram o que lhes foi ordenado, passando por ela. Os garotos, liderados por Harry e trazidos na retaguarda por um Kingsley ainda com cara de perplexo, os seguiram. Hermione foi entrar por último.

O mordomo correu até lá, seus sapatos de salto preto fazendo barulho no mármore.

"Madame, em nome dos meus empregadores, eu realmente preciso perguntar o que você planeja–"

Ela balançou a cabeça. "Sinto muito", ela fez uma careta, antes de fechar a porta na cara dele.

O quarto estava quieto lá dentro, o ar completamente parado. Ninguém se sentou. Eles se moveram mais para trás, para dentro do quarto, pairando em um semicírculo solto em frente à lareira. Todos pareciam estar esperando; todos pareciam estar na ponta de uma faca, um gancho, a respiração coletiva presa antes de uma confissão final de culpa.

Os Bulstrodes permaneceram de pé juntos, não querendo se afastar muito. Bastien ficou tão ereto quanto sua espinha permitia, escovando a frente de suas vestes, sacudindo o menor grão de poeira. Ele parecia arrogante, entediado. Como se tudo isso fosse abaixo dele. Elise era uma história diferente – ela era a bola nervosa de energia ao seu lado, batendo a boca com um lenço. Seu olhar rápido e penetrante continuava olhando ao redor para tudo o que podia ver: a porta, seu marido, as figuras próximas de Ron e Harry. Ela franziu a testa para Draco e balançou a cabeça. Ela não encontrou os olhos de Hermione de forma alguma.

Hermione não diminuiu o ritmo. Ela caminhou direto até eles. Sua varinha permaneceu em um aperto firme. Quando ela estava perto, ela parou na frente deles, e a levantou até o nível de suas gargantas.

"Vou explicar isso para vocês", ela disse. Sua voz estava perigosamente calma. "Claro, e simples. Vou dizer bem devagar para que vocês dois entendam."

Ela recebeu dois olhares; um por trás de um bigode grosso e aparado, e o outro por trás do contínuo e frenético esfregar de um lenço de seda. Hermione continuou.

"Eu sei o que você tem feito. Com os Malfoys, e com todos os outros. Eu sei as leis que você tem contornado, e mais importante, as leis que você tem quebrado. Não há sentido em negar nada disso. Não vamos insultar a inteligência um do outro inventando desculpas."

Mais olhares, mais escuros do que antes. Hermione teve que ranger os dentes e se esforçar um pouco mais para se manter calma e sua mão firme.

"Eu concordo em ficar quieta. Mas tenho condições. Quero Lucius Malfoy liberado - não apenas da custódia, mas de seu contrato com você inteiramente." Seu pulso tremeu levemente. Ela segurou firme. "Na verdade, enquanto você está nisso, você pode libertar todos eles. Cada Malfoy. Cada servo que você emprega a mando de contatos sujos e dissimulados do Ministério. Todo o seu pessoal doméstico."

Only To Burn Me With The SunOnde histórias criam vida. Descubra agora