Quando amanheceu o dia do seu aniversário, Hermione estava sentada sozinha na porta dos fundos.
Ela observou a luz entrar, braços encurvados em volta de si e joelhos dobrados sob o queixo. Ela estava em um estado de espírito contemplativo, sentada imóvel no ar fresco do início da manhã.
Mais um ano mais velha. Mais um ciclo ao redor do sol. Ela sentiu o peso dele, pressionando-a para baixo. Mas ela descobriu que podia suportar, mesmo assim. Ela se sentia mais forte do que a pessoa que tinha sido da última vez que esteve aqui — uma mulher agora, não uma menina.
Ela virou a cabeça, captando o brilho de algo muito distante, bem alto no céu. Ela não reconheceu como uma coruja-correio até que ela estivesse muito mais perto — e não reconheceu de quem era a coruja-correio até que ela estivesse descendo, pousando levemente no pátio ao lado dela.
"Olá", ela murmurou. "Há quanto tempo."
O pássaro estalou o bico para ela e ofereceu a perna.
Não era uma carta sendo estendida para ela, mas sim um pacote. Hermione se animou, calor percorrendo seu corpo, enquanto ela ansiosamente rasgava o papel pardo para desembrulhá-lo. Era um punhado de flores — uma dúzia de rosas cor-de-rosa, perfeitamente capturadas nos primeiros estágios de floração. Elas foram cortadas com perícia e finalizadas com uma fita verde-escuro aveludada. Hermione correu os dedos sobre ela, sentindo o material macio sob a ponta do polegar. Seu rosto ficou quente quando ela se lembrou da última vez que a viu; ela a tinha enrolado em volta dela, amarrado em seu rosto, seus cílios tremulavam fechados e seus lábios entreabertos. Seu rosto ficou ainda mais quente quando ela se lembrou do que aconteceu em seguida.
Havia apenas um pequeno bilhete com ele, enfiado no topo do buquê. Apesar de si mesma, o coração de Hermione disparou. O bilhete era curto, direto ao ponto, e dizia:
Eu tive que descobrir com Draco que hoje é seu aniversário. Tente não me deixar esquecer de novo.
Ela deixou seu olhar deslizar de volta para as flores. Ela as pegou, girando-as em seu aperto. Então ela as levantou até o nariz e inalou, fracamente, o perfume sutil. Um sorriso se curvou em seus lábios.
Ela não percebeu que Zibi tinha entrado na cozinha atrás dela. Ela pulou quando uma mão ossuda foi colocada em seu ombro.
"Oh-"
"A patroa quer que eu coloque isso num vaso para ela?"
Hermione suavizou-se, levantando-se. "Não, obrigada. Eu mesma farei isso."
Ela pegou um vaso debaixo da pia e correu até seu quarto. Ela arrumou as flores, colocando-as no parapeito da janela, onde ela poderia ter uma boa visão delas o tempo todo. Ela ficou parada por um tempo, admirando-as — e tentando em vão não se deixar interpretar demais aquilo.
É só um gesto. Um gesto simples e simpático. De um conhecido para outro.
Não funcionou. Ela continuou se perguntando o que ele quis dizer, e o que ele queria, e o que ele realmente pretendia dizer quando escreveu as palavras 'tente não me deixar esquecer de novo... '
Ah. Então haveria uma próxima vez, não é?
Não importava o que ela fizesse, ela não conseguia tirar o rosto de Lucius da cabeça. E quando ela pensava no rosto dele, ela pensava nos lábios dele. E quando ela pensava nos lábios dele, ela pensava em... bem, outras coisas.
Foi preciso um banho razoavelmente frio para ela se acalmar e acalmar os nervos.
Quando ela foi sair do quarto, quase caiu de cara no chão, tropeçando em uma pequena caixa de papelão que havia sido deixada do lado de fora da porta.
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Only To Burn Me With The Sun
Fanfiction𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨 𝐀𝐥𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚𝐭𝐢𝐯𝐨! ᴸᵘᵐᶦᵒⁿᵉ 𝙨𝙞𝙣𝙤𝙥𝙨𝙚: O verão começa e Hermione não tem mais certeza de quem ela é - seja amiga, amante ou algo entre os dois. E então, em um esforço para se redescobrir, ela escapa para o interior da Fran...