Eles desceram os degraus da frente e voltaram para a rua. O ar fresco era como ambrosia depois do calor sufocante do prédio lá dentro. Hermione e os outros levaram um minuto para inalá-lo, enxugando o suor que se acumulava em suas testas. No final da rua, dois homens encapuzados — dessa vez em um uniforme familiar, o da guarda do Ministério em Londres — já os esperavam. Eles saudaram Kingsley, que os chamou e começou a falar com eles em voz baixa.
Hermione sentiu Lucius quando ele passou por ela. Aparentemente sentindo sua chance, ele caminhou direto para a beira da esquina, onde a luz do dia estava batendo forte. Ele inclinou o rosto para cima, piscando forte para o sol brilhante. Ele não se moveu, não tentou correr. Ele simplesmente ficou parado e absorveu.
Ela o seguiu. Sentindo-a ali, ele abriu os olhos novamente e virou a cabeça para olhar para ela. Ela notou o cinza em sua barba por fazer enquanto refletia a luz.
"Então estou livre?" Parecia uma pergunta, não uma afirmação — como se ele ainda não conseguisse acreditar.
"Bem, não exatamente", ela respondeu. "Kingsley fez o que pôde. Você é livre . "
Lucius riu. Profundo, caloroso. "Eu aceito."
"Serão pelo menos seis meses de prisão domiciliar. O que eu sei que não é um final muito perfeito, mas pelo menos você vai–"
"Hermione." Seu tom era ainda mais caloroso que sua risada. Indulgente, quase. "Eu aceito."
Ela sustentou o olhar dele, suas próprias sobrancelhas franzidas de preocupação. "Sinto muito que isso tenha acontecido com você."
"Não sinta. Alguns homens merecem apanhar."
Ela sentiu uma pontada de emoção com as palavras dele. Ela abriu a boca, os lábios ligeiramente separados, mas nenhuma palavra parecia sair. Em vez disso, seus olhos percorreram o rosto dele; os ferimentos e os hematomas, precisando desesperadamente de um pano úmido para acalmá-los. Ela percebeu como os ferimentos o faziam parecer mais velho, naquele momento, do que nunca. Ele não parecia bravo. Não agora, não como quando empurrou o guarda da prisão contra a parede. Ele apenas parecia... resignado. Esperando calmamente para aceitar seu destino, qualquer que fosse.
Ela franziu a testa. Um pouco calmo demais , talvez. Dócil demais. Era como se a remoção forçada de sua varinha o tivesse domesticado novamente. Ele tinha ficado desdentado, mais uma vez.
Foi com convicção que ela respondeu a ele. "Você não", ela disse. "Você não merece isso. Não dessa vez."
Ele apenas olhou para ela, sem oferecer uma resposta. Ela queria estender a mão, mas se forçou a se conter.
Enquanto estavam ali, o ar entre eles pareceu engrossar. Os olhos dela piscaram para os lábios dele, cheios e partidos no meio, o sangue ali tão seco quanto o resto. A vontade de beijá-lo queimava baixo dentro dela. Ela se tornou agudamente consciente de cada parte de si mesma, das mãos até os joelhos. Ela sentiu a brisa, o calor do sol, o peso do corpo dele, parado tão perto do dela. Ela também sentiu olhos nas costas dela — ou seja, Ron, Harry e Draco.
Eles foram salvos por um apito; os dois guardas do Ministério tinham começado a ir em direção a eles, e estavam acenando para Lucius. Ele assentiu com a cabeça, ainda gracioso apesar da situação. Isso era praticamente uma prisão. Ou uma escolta, como Hermione sabia que seria oficialmente chamado. Mas Lucius foi para onde lhe foi dito, sem perguntas. Ele entendeu que havia uma luz no fim do túnel.
Eles foram carregados cada um para dentro da carruagem em que chegaram. Enquanto Hermione subia, ela notou que era maior por dentro do que antes, larga o suficiente agora para acomodar mais corpos. Ela se sentou, aninhando-se no assento. Seria uma curta viagem de volta ao castelo. Lucius sentou-se imprensado entre os dois guardas – sua escolta – e manteve o olhar baixo.
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Only To Burn Me With The Sun
Fanfiction𝐔𝐧𝐢𝐯𝐞𝐫𝐬𝐨 𝐀𝐥𝐭𝐞𝐫𝐧𝐚𝐭𝐢𝐯𝐨! ᴸᵘᵐᶦᵒⁿᵉ 𝙨𝙞𝙣𝙤𝙥𝙨𝙚: O verão começa e Hermione não tem mais certeza de quem ela é - seja amiga, amante ou algo entre os dois. E então, em um esforço para se redescobrir, ela escapa para o interior da Fran...