Only To Burn Me With The Sun

Capítulo 34

Hermione saiu para a noite. O terraço estava vazio, iluminado apenas pela lua e pelas estrelas acima. A brisa soprava quente; em qualquer outra noite, e sob quaisquer outras circunstâncias, ela teria gostado. Mas não esta noite. Esta noite o clima sombrio fez tudo parecer frio e vazio de alguma forma, e a paisagem branqueou – um respingo de azul-marinho informe, sem forma, sob uma luz forte no teto.

O tempo passou enquanto ela estava ali com os braços em volta de si. Ela podia ouvir o murmúrio fraco de vozes vindo de dentro, através da porta aberta. Os elfos estavam trabalhando sua magia por quase uma hora agora. Não havia nenhuma notícia além disso. Apenas uma espera interminável e doentia.

Ela caminhou direto para a beira do cascalho, onde a balaustrada encontrava o mar de grama alta e malcuidada. A linha de árvores distante era uma mancha, borrada como uma pintura a carvão. Ela olhou para ela sem realmente ver. O vento soprava ao seu redor, e ela não tentou lutar contra os arrepios que ondulavam em seus braços.

Ela virou a cabeça quando ouviu o rangido da porta. Era apenas Ron. Suas bochechas estavam com covinhas enquanto ele sorria para ela. Ele chegou bem perto, onde ela podia sentir o aroma barato de sua loção pós-barba. Ele manteve as mãos nos bolsos e os ombros encurvados. Ele pelo menos teve a decência de parecer um pouco envergonhado.

"Seja lá o que for que você tenha a dizer", ela se virou para encarar as árvores distantes, "eu realmente não estou com vontade de ouvir."

"Ei, não pule na minha garganta. Eu não ia dizer nada."

Ela suspirou. "Então por que você está aqui?"

"Só queria ver se você estava bem."

Ela não respondeu. Ela não conseguia nem olhar para ele. Ela estava muito irritada por ele ter tentado impedi-la, quando foi por pouco. E ela estava muito cansada para ficar tão irritada.

Ele se aproximou um pouco mais. "Que coisa horrível você fez."

"Não comece, Ronald."

"Não estou! Na verdade, eu quis dizer isso como um elogio."

Ela revirou os olhos. "Não, você não fez isso."

"Claro que sim. Não concordo com o que você fez. Mas sei que foi corajoso, mesmo assim. E assim como você."

Ela se virou para encará-lo. Ele franziu a testa ligeiramente, seu olhar buscando o dela. Ela o segurou o melhor que pôde. Em pouco tempo, no entanto, pareceu estranho. Muito íntimo. Ela teve que se virar novamente, batendo os cílios de volta no chão.

A mão de Ron saiu do bolso e começou a bater nervosamente na pedra plana da parede ao lado deles.

"Escute", ele disse. "Preciso falar com você."

Ela suspirou uma segunda vez. "Vá em frente então. Se for preciso."

"Eu estive pensando."

"Vá com calma."

Ele sorriu. "Não, sério, eu tenho. E eu tenho conversado muito com Harry e meu pai também. Agora eu sei que tenho que deixar você ir."

Hermione olhou de volta para ele. Ela engoliu a resposta de que ele não tinha que deixá -la fazer nada — ela não era exatamente dele para dar ordens em primeiro lugar — e levou sua admissão ao pé da letra.

"O que você quer dizer?"

Ele deu um passo mais perto. "Você sabe o que quero dizer. Eu tenho que deixar você ir ."

"Deixe-me...?"

"Sim. Tenho que deixar você abrir um pouco suas asas. Os outros me disseram que se eu ficar toda pegajosa, você nunca mais vai voltar. E é isso que espero que você faça. Espero por isso mais do que qualquer coisa." Outro meio sorriso torto, um que ela conhecia tão bem. Um que a fez, uma vez, ficar com os joelhos fracos e derreter diante dele.