Only To Burn Me With The Sun

Capítulo 7

Hermione era inteligente. Ela era uma daquelas pessoas que era, talvez, um pouco inteligente demais para seu próprio bem; ela conseguia compartimentar e tinha pelo menos dez maneiras diferentes de se distrair de pensar em algo quando a situação exigia. Para o estranho, essa habilidade a fazia parecer calculista e fria, e havia uma razão para seus colegas no Ministério a chamarem de "o tubarão", um apelido que ela ganhou bem cedo em sua carreira jurídica. Ela sempre foi tão teimosa quanto inteligente, e desde que a guerra terminou, ela começou a aprimorar suas habilidades de peneirar seus sentimentos e colocá-los em categorias bem organizadas, para lidar com isso mais tarde. Em essência, ela conseguia evitar o assunto, assim como o melhor deles.

E era exatamente isso que ela vinha fazendo desde a noite da festa: evitando ...

Hermione decidiu fazer tudo e qualquer coisa que pudesse para se distrair do rubor quente e rápido que acompanhava as memórias de seu braço em volta do pescoço de Lucius Malfoy. Ela quase se jogou na limpeza e reforma do castelo Black, que estava ali, um substituto conveniente para processar seus sentimentos. Em seus esforços para procrastinar suas emoções, seu término e sua descoberta surpreendente da habilidade de Malfoy de balançar os quadris, ela assumiu a responsabilidade de "reformar" o lugar e devolvê-lo à sua antiga glória.

Os elfos reagiram ao seu novo projeto com perplexidade, a princípio.

"A patroa quer... decorar?" Zibi franziu a testa.

"Sim, muito mesmo."

"A patroa quer deixar a casa 'bonita'?"

"Muito, muito bonito. Vou começar pela sala de estar."

Era um lugar tão bom quanto qualquer outro para começar, ela raciocinou. Ela tinha vagado pela casa para descobrir onde seria melhor começar com seus planos de reforma, e tinha decidido que esse cômodo era o mais desesperador. A sala de estar estava desorganizada, e mais fria do que deveria estar, como se uma velha magia negra estivesse pairando no ar e estagnando em podridão. Ela iria pintar as paredes e puxar as cortinas comidas por traças para deixar a luz entrar novamente – e então, quando terminasse aquele cômodo, ela iria para o resto.

Pouco a pouco, pedaço por pedaço. Compartimentar .

Zibi se afastou depois disso, balançando a cabeça e batendo as orelhas em óbvia confusão. Hermione não deixou que isso a dissuadisse; ela precisava desesperadamente de algo para fazer, tanto com as mãos quanto com a mente, para que ela não se desviasse para lugares que é melhor deixar bem sozinho.

Ela calçou seus tênis e pegou uma sacola de compras vazia na parte de trás da porta da cozinha. Então, com um aceno para o grupo de elfos que a encarava com olhos arregalados, ela seguiu para a viela sinuosa do lado de fora dos portões do castelo e caminhou em direção à vila para comprar suprimentos.

Ela entrou em várias lojas, comprando sua cota de verniz, tinta, pincéis e produtos de limpeza. Ela não tinha certeza do que a casa tinha em estoque — os elfos permaneciam teimosamente esquivos sobre seus meios e métodos. No meio da navegação, Hermione desejou ter ido ao Beco Diagonal, para que pudesse obter algo mais adequado às suas necessidades; ela tinha certeza de que havia doxies escondidas atrás das cortinas no salão de baile, e um ninho de puffskeins no andar de cima, no banheiro do primeiro andar. Ela fez uma nota mental para preencher um formulário de pedido quando voltasse para casa.

A experiência de compras foi agradável, embora um pouco exigente. Seu francês era de nível colegial, na melhor das hipóteses, mas com muitos sorrisos e muitas indicações, Hermione conseguiu pegar todas as coisas de que precisava e mais um pouco. Ela colocou tudo na bolsa e se virou para ir para casa.