capítulo 3

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No dia seguinte, o sol ainda nem havia nascido quando Sn foi despertada pelo som insistente do alarme. Ela esticou o braço para silenciar o barulho e, por um momento, ficou deitada, encarando o teto enquanto a mente lentamente voltava ao ritmo da rotina. Era cedo, mas a agenda apertada exigia que começasse o dia sem muita demora.

Levantou-se e foi direto para o banheiro. A água quente do chuveiro ajudou a despertar seu corpo e limpar qualquer resquício de cansaço da noite anterior. Ao sair, prendeu os cabelos ruivos ainda úmidos em um coque e começou a se arrumar. Escolheu uma roupa elegante, mas prática, como sempre fazia ao se preparar para mais um dia de trabalho na empresa. O blazer escuro e a calça de alfaiataria davam o tom profissional que ela gostava de manter, mas o leve toque de batom mostrava que ela também não deixava de lado o cuidado com a própria imagem.

Antes de sair, pegou a bolsa, verificou rapidamente o celular e, como de costume, mandou uma mensagem rápida para Bella e Sophia no grupo das amigas.

— Bom dia, estou saindo para o trabalho. Nos vemos mais tarde? — ela escreveu, sabendo que as duas raramente acordavam tão cedo.

Sem esperar resposta, guardou o celular e fechou a porta do apartamento, dirigindo-se ao elevador. Assim que saiu do prédio, o ar fresco da manhã bateu em seu rosto, revigorando-a para o dia que viria pela frente.

Enquanto dirigia em direção ao prédio da empresa, o pensamento sobre Priscila passou brevemente por sua mente. O café do dia anterior havia sido inesperadamente agradável, e, apesar de Sn ter tentado manter a conversa leve e casual, ela não podia negar que havia algo na simplicidade de Priscila que a deixara intrigada. Talvez fosse a maneira como a jogadora parecia à vontade consigo mesma, ou o fato de ser tão genuína e direta, algo raro nas interações que Sn costumava ter no seu mundo corporativo.

Chegando ao edifício moderno onde trabalhava, Sn estacionou e subiu rapidamente ao seu andar. Assim que entrou na sala ampla e iluminada, foi recebida pela familiar rotina de saudações dos colegas e pelo som dos teclados ecoando no ar.

Ela se dirigiu à sua mesa e começou a revisar os relatórios do dia, mas, por mais que tentasse focar nas demandas que se acumulavam, de vez em quando, seus pensamentos voltavam para a tarde com Priscila. Havia algo ali que ainda não conseguia explicar, mas que já ocupava mais espaço do que ela imaginara.

— Concentre-se, Sn — murmurou para si mesma, pegando o primeiro relatório do dia.

O trabalho a aguardava, mas aquela sensação incômoda de curiosidade sobre a jogadora de vôlei não parecia querer ir embora tão cedo.

— Bom dia, chefinha — Sophia diz, entrando sem cerimônia na sala de Sn, carregando um sorriso de quem claramente não tinha pressa.

Sn levantou os olhos dos papéis à sua frente, arqueando uma sobrancelha.

— Não aprendeu a bater na porta até hoje, Sophia? — questionou, mas o tom dela não era tão sério. Afinal, já estava acostumada com a forma descontraída da amiga.

Sophia deu de ombros, sem se abalar.

— Nunca. Além disso, trouxe companhia — disse, com um sorriso travesso enquanto se acomodava na cadeira de frente para a mesa de Sn. — Alison está aí junto com Alyssa.

Sn suspirou, fechando o arquivo em que estava trabalhando. Era óbvio que a chegada de suas irmãs significava que o trabalho sério teria de esperar um pouco.

— Elas não podem simplesmente ligar? — brincou Sn, mas, no fundo, gostava de ter a família por perto, por mais que sua rotina já fosse cheia.

— Elas queriam dar um passeio e resolveram te arrastar junto — respondeu Sophia, cruzando as pernas e se inclinando para trás na cadeira, olhando para Sn como se esperasse uma reação. — O que, honestamente, eu acho que você deveria fazer. O dia está bonito lá fora, e você vai ficar trancada nesse escritório? Nem parece você...

I think she knows - Pri Daroit Onde histórias criam vida. Descubra agora