Capítulo 7: Ecos da Verdade

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Amélia sentiu o calor crescente das sombras ao seu redor, e a sensação de opressão a envolveu como um manto pesado. Ela sabia que precisava resistir, mas a tentação de se esconder da verdade era forte. “Você não pode escapar,” as sombras sussurraram em uníssono, suas vozes entrelaçadas como um canto hipnótico.

“Eu não quero saber!” Amélia gritou, mas no fundo, uma parte dela sabia que a verdade era inescapável.

As sombras começaram a se contorcer, e uma nova imagem surgiu diante dela. Era Clara, sua melhor amiga, com o olhar vazio e a expressão carregada de dor. Ela estava em um quarto escuro, sentada em um canto, as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. “Se alguém souber, eu estarei perdida,” Clara murmurou, com sua voz quebrada.

“Clara!” Amélia exclamou, com seu coração apertando-se em seu peito. “O que está acontecendo com você?” Mas as sombras apenas riram, alimentando-se de seu desespero.

“Ela carrega um fardo que você não pode imaginar. Clara foi abusada, e agora vive em um pesadelo constante. Ela esconde isso de você, mas o peso é insuportável,” uma sombra sussurrou, com seus olhos vermelhos brilhando intensamente.

Amélia sentiu um choque. Como ela não tinha percebido isso? Clara sempre foi tão forte, tão capaz de enfrentar o mundo. A ideia de que sua amiga estava lutando sozinha a deixou paralisada. “Eu poderia ter ajudado...”

Mas as sombras não davam atenção ao seu lamento. Em vez disso, mudaram a cena, revelando Lucas em um quarto bagunçado, cercado por garrafas vazias. Ele estava sentado no chão, com a cabeça entre as mãos, sua expressão devastada. “Eu sou o mais forte, mas ninguém sabe que eu já tentei acabar com tudo isso,” ele confessava para si mesmo, os olhos cheios de desespero.

“Lucas!” Amélia gritou, com a dor cortando seu coração. “Por que você nunca me contou?”

As sombras se divertiam com seu sofrimento. “Porque ele tem medo de ser vulnerável. O que você vê como força é apenas uma máscara para sua fraqueza. Ele se sente sozinho, incapaz de compartilhar seu verdadeiro eu,” elas riram, com suas risadas ecoando pela sala.

“Não, isso não pode ser verdade!” Amélia protestou, a angústia subindo dentro dela. “Lucas é meu amigo. Ele sempre esteve ao meu lado!”

A cena mudou mais uma vez, revelando Marco, sentado em uma mesa, olhando para a parede como se estivesse perdido em pensamentos. “Ninguém se importa comigo. É melhor assim. Se eu me importar, vou me machucar,” ele murmurou, a tristeza em seu tom palpável.

“Marco...” Amélia começou, mas as sombras a interromperam.

“Ele tem medo de se abrir porque foi ferido demais no passado. O que você vê como indiferença é, na verdade, uma defesa contra a dor,” uma sombra disse, com seu sorriso revelando dentes afiados.

Amélia lutou contra a sensação de traição. Como poderia ter sido tão cega para o sofrimento dos seus amigos? A dor deles ecoava em seu coração, e a pressão para saber mais era insuportável.

“E o que dizer de você, Amélia?” uma sombra disse, com sua voz agora carregada de uma ironia cruel. “Você é perfeita? Não tem segredos para esconder?”

Amélia cerrou os punhos. “Eu não sou como eles!” ela gritou. “Eu sou forte o suficiente para lidar com isso!”

“E se não for? O que você esconde de todos?” As sombras começaram a se aproximar, com seus olhos brilhando intensamente, como se estivessem a ponto de devorar sua alma. “Você não quer saber o que Dylan realmente esconde?”

As palavras a atingiram como um golpe. “Dylan?” ela repetiu, com seu coração acelerando. “O que você quer dizer com isso?”

“Ele é o seu elo mais forte, mas o que você não sabe é que ele carrega uma escuridão profunda dentro de si. Um segredo que poderia destruí-lo e a você,” uma sombra sussurrou, sua voz era como uma sinfonia de tentação.

A menção de Dylan a deixou em pânico. Ela confiava nele. Mas e se ele tivesse algo sombrio em seu passado? A ideia de que ele poderia estar sofrendo tanto quanto os outros amigos a aterrorizava.

“Dylan não é assim!” Amélia protestou, mas sua voz já soava incerta. “Ele me ama!”

“Amor não é suficiente para curar as feridas que ele esconde. Você precisa saber a verdade, ou correrá o risco de perder tudo,” a sombra insistiu.

As imagens começaram a desvanecer, e Amélia sentiu uma onda de desespero. “Por favor, não! Não tire isso de mim!” Ela estava prestes a sucumbir, mas então lembrou-se de Dylan, de sua força e de como ele sempre a apoiou. A conexão que tinham era mais forte do que qualquer sombra.

“Eu não vou deixar vocês me dominarem!” Amélia gritou, com a voz firme. “Eu vou enfrentar a verdade, não importa quão dolorosa ela seja!”

Enquanto isso, na floresta escura, Dylan também lutava contra suas próprias sombras. Ele havia escutado as vozes chamando-o, mas agora sabia que precisava ignorá-las. “Amélia, onde quer que você esteja, estou com você!”

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