Capítulo 18: Laços inquebráveis

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Enquanto o grupo continuava pela trilha, a luz do amanhecer atravessava as copas das árvores, pintando o caminho com tons dourados e suaves. Cada passo os levava para longe do pesadelo que haviam enfrentado, mas nenhum deles conseguia se livrar da sensação de que algo havia ficado para trás — algo inacabado.

Lucas respirava com dificuldade, mas mantinha um sorriso forçado. “Vocês vão me carregar até o final ou querem me deixar rolar ladeira abaixo?” ele brincou, tentando aliviar a tensão.

Marco riu de leve, mas não afrouxou o apoio no amigo. “Não se preocupe, vou te largar só quando chegarmos a um hospital.”

Dylan caminhava alguns passos à frente, atento a cada som da floresta, como se esperasse que algo ou alguém ainda pudesse surgir das sombras. “Não podemos fingir que está tudo normal. Essa coisa... seja lá o que for, pode voltar.” Ele olhou por cima do ombro para Clara, seus olhos carregados de preocupação. “E pode tentar te levar de novo.”

Clara abraçou o próprio corpo, como se uma brisa gelada a tivesse alcançado. “Sinto como se ainda estivesse conectada àquilo. Como se... fosse um eco que me segue.”

Amélia parou e segurou a mão de Clara com firmeza. “Você não está sozinha. A gente enfrentou isso juntos uma vez, e faremos de novo, se precisar.”

Clara sorriu, mas o sorriso não alcançou seus olhos. Havia algo sombrio dentro dela, um resquício da experiência no espelho que não conseguia ignorar.

“Quando tudo isso passar, quero aprender a lutar,” Marco comentou, quebrando o silêncio com um sorriso cansado. “Nunca mais quero ser pego desprevenido.”

Dylan deu um sorriso de canto. “A gente precisa mais do que socos e chutes. Se essas coisas existem, quem sabe o que mais está por aí? Precisamos entender o que enfrentamos.

Lucas fez uma careta, sentindo a dor no ombro latejar.

Amélia, ainda segurando a mão de Clara, suspirou. “O importante agora é descansarmos e cuidarmos dos feridos. O resto... lidamos depois.”

Com o sol cada vez mais alto, a trilha começou a abrir para um campo que anunciava o fim da floresta. Eles estavam quase em casa, mas nenhum deles se sentia completamente a salvo. A experiência os transforma de maneiras que ainda não compreendiam. No entanto, havia uma coisa clara: se o que viveram fosse apenas o começo de algo maior, enfrentariam o que viesse juntos.

Dylan, Marco, Amélia, Clara e Lucas seguiram em frente, sabendo que a escuridão poderia tentar se erguer de novo. Mas agora eles tinham algo mais forte — laços inquebráveis e a certeza de que, não importa o que viesse, lutariam lado a lado.

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