Eles sabem que deveriam se manter afastados, mas a atração entre eles é inegável e implacável. Erick e Três sobreviveram ao pior nas mãos do homem que destruiu suas vidas, e agora se veem presos à filha de seu algoz. Cada passo na direção dela é um...
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Eu precisava dar um basta.
Sei que estava sendo redundante comigo mesma, por nunca seguir o que eu deveria seguir. Mas dessa vez, eu joguei para ver. Na minha cabeça, era mais uma atração insuportável, infernal, que poderia sumir quando a gente transasse de vez.
Não sei dizer se funcionou.
Todo o meu corpo ainda sentia seus toques de forma brutal. Nunca fui tratada assim em toda a minha vida. Nunca permiti que levantassem a voz para mim. Estava acostumada a ser tratada como uma deusa pelos homens. Eles me levavam para restaurantes caros, me davam carona, abriam a porta do carro, puxavam a cadeira para eu me sentar, me davam presentes que sempre custavam uma fortuna.
Nunca me trataram como se eu não valesse nada.
Como se…
De deusa, eu passasse a virar assistente do diabo.
Erick era ilegível. Não consigo decifrá-lo, por mais que eu tente. Ele me tratou como uma puta qualquer, como se eu não significasse nada. E o pior de tudo, foi me render a isso, me entregar como nunca fiz antes, e Três sendo nosso único e principal telespectador.
Eu devo estar maluca!
Respiro fundo, tentando não demonstrar o quanto meu corpo estava completamente dolorido, e que reuni todas as minhas forças existentes e inexistentes para parecer indiferente em relação ao que fizemos. Agindo como ele.
Foi a minha melhor atuação.
A ideia de que provocá-lo o fez me tratar daquela forma, o fez me tomar em seus braços de vez… faz com que eu imagine se… eu repetisse o processo e ele também agiria da mesma forma.
Mas não.
Não posso me apegar a isso. Porque sei que no fim, não vai acabar bem. Na verdade, já estou indo longe demais.
Volto para casa, ouvindo seus passos atrás de mim, mas nem ousando me virar para confirmar. Não conseguiria encará-lo agora. Eu me tornaria óbvia demais.
Minha surpresa é genuína quando encontro Keera na sala, conversando com Vee. Ambos notaram minha presença e eu ligeiramente coloquei meu melhor sorriso.
Sorrindo como se eu não tivesse acabado de transar com o meu segurança que só faltou me espancar no sexo.
Sorrindo como se eu não quisesse ainda mais disso.
— Hey, como você está? Vim te ver — Keera falou, vindo me abraçar. Retribuo o gesto, respirando fundo.
— Estou bem… aconteceu algo? — Questiono e ele sorri, negando.
— Não. Apenas estou com saudades da minha irmã. Ainda estou esperando que você vá morar comigo. Sabe disso, né? — Falou, o que me fez sorri.
— Ah, Keera… também estou com saudades, mas sabe, eu não quero acabar levantando de manhã e ver você e seu marido se agarrando em algum lugar da casa — Insinuo, pois dormi um final de semana lá e acabei os flagrando na escadaria, sem roupas, e eu fiquei tão chocada que cogitei realmente fazer terapia depois disso.
