Eles sabem que deveriam se manter afastados, mas a atração entre eles é inegável e implacável. Erick e Três sobreviveram ao pior nas mãos do homem que destruiu suas vidas, e agora se veem presos à filha de seu algoz. Cada passo na direção dela é um...
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Me encosto na parede, próximo da porta, tragando meu cigarro enquanto a discussão se iniciava. Estávamos reunidos na nova mansão dos Fontannelle, mais especificamente na sala de reuniões de Keera. O presidente estava nervoso, tal qual igual o governador, ambos viram a morte passar diante de seus olhos, mas aquela merda era como doce de criança para quem já vivia o perigo constantemente, desde a hora que acorda até o momento em que vai dormir, não sabendo se haverá um dia seguinte.
— Que merda foi aquela?! Louise está morto! Morto! — O governador esbravejou aos quatro ventos, agarrando os poucos fios brancos da cabeça, entrando em uma espécie de surto irritante. Três suspirou, com impaciência, passando por detrás dele, o deixando tenso quando se aproximou.
— Se continuar abrindo essa boca de merda, aí teremos dois mortos — Frisou, fazendo o governador fechar a boca no mesmo segundo, engolindo em seco, o suor escorrendo por sua testa enquanto ele tentava secar com o lenço pela quinta vez. Sorrio de canto, vendo Três se aproximar e tomar o cigarro da minha boca, se encostando na parede ao meu lado.
— Devo lembrar que não está em seu território político, Heitor — Keera alertou, seco. — Tenha modos ou você será facilmente substituído. — Isso foi o bastante para o governador murmurar inúmeras desculpas. Keera se endireitou na cadeira, sentado à ponta da mesa, respirando fundo e voltando a atenção para os demais. — O que descobriu Elliot?
— Nada que responda nossas perguntas de forma concreta, de qualquer forma, achei algo interessante — Falou, se colocando de pé e empurrando um pedaço de bolinho francês para dentro da boca. Haviam colocado um prato cheio deles no centro da mesa, mas ninguém tocou neles além de Elliot. Ele conectou seu notebook no projetor, permitindo que todos ali tivessem a visão de sua tela no painel em branco. — Damon Montserrat — citou, dando um clique no teclado e exibindo uma foto de um homem, que aparentava mais ou menos minha idade, cabelos escuros, barba aparada e uma cicatriz no supercílio esquerdo. — Filho de Louise Montserrat.
— Nunca o vi em reuniões sociais com membros da máfia — Keera comentou e Elliot assentiu.
— Isso é porque ele não vai. Mas curiosamente, manda seu braço direito para representá-lo. — Ele passou a imagem, agora exibindo um homem talvez um pouco mais velho, ou poderia ser de mesma idade, mas o tempo não estava lhe sendo gentil devido a expressão cansada. — Dante Sawyer — Apontou, respirando fundo. — Isso é um tanto interessante, porque pelo o que pesquisei nesse curto tempo, Damon Montserrat é o primogênito do capo inglês, mas nunca fez aparições junto do pai. Já marcou presença em eventos privados, de grande importância, mas fora isso, quem sempre estava ao lado de Louise era Dante Sawyer. Isso me faz pensar na seguinte teoria: eles não tinham uma relação muito boa, e isso já é confirmado pelo próprio Louise. Mas é aquele ditado, “mantenha seus amigos por perto, e seus inimigos mais perto ainda”. Dante Sawyer se tornaria os olhos e os ouvidos de Damon sem que este precisasse estar presente nos lugares. É uma estratégia boa, apesar de ser apenas uma teoria minha. De qualquer forma, isso não confirma no todo sua culpa no assassinato do seu pai, mas o torna um grande suspeito, talvez o principal, já que internamente entre os líderes, ele ficou conhecido como o Ceifador.
