Eles sabem que deveriam se manter afastados, mas a atração entre eles é inegável e implacável. Erick e Três sobreviveram ao pior nas mãos do homem que destruiu suas vidas, e agora se veem presos à filha de seu algoz. Cada passo na direção dela é um...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Ainda podia ouvir o som das ondas se quebrando nas rochas, do farfalhar das árvores próximas da casa de praia. Uma brisa fria e gostosa ainda se fazia presente a cada minuto que a noite caía ainda mais. No entanto…
O barulho das ondas parece diminuir gradativamente, dando espaço a um novo som. Tento entender que som é esse. Não…
São gritos. Gritos familiares. Sinto o ar me faltar, como se a brisa gostosa de antes agora estivesse roubando todo o meu oxigênio, me deixando sem fôlego e uma angústia para respirar avassaladora. Não…
Ofego, em busca de ar, tentando me levantar, mas sinto a areia me engolir, me impedindo de me mover, de levantar, de fugir…! Viro o rosto para o mar, minha respiração acelerada, desesperada por oxigênio, enquanto inutilmente eu tentava me mover, mas a sensação era que eu me afundava ainda mais a cada tentativa de sair dali. A cada segundo que passava, os gritos aumentavam de tom, e podia ver mãos começando a sair da água, buscando por mim, tentando me arrastar para fundo junto com eles.
— Não…! — Arfo, tentando debater meus pés para afastar as diversas mãos que tentavam me capturar. Me contorço, a queimação em meu corpo começando a se fazer presente.
Uma chicotada.
Grito de dor. Não… de novo não…
Duas chicotadas.
Mais gritos meus são arrancados, enquanto eu me contorço em desespero. Mas aquelas mãos conseguem agarrar meus tornozelos.
— Não…! — Imploro, minha voz trêmula e fraca, quase inaudível, sentindo meu corpo aos poucos sendo arrastado para o mar. Sinto a umidade em meus pés, minhas mãos se afundando na areia, buscando alguma forma de escapar, de me agarrar a algo, qualquer coisa. Mas…
Eu nunca tive uma âncora para me agarrar…
Olho para o outro lado, sentindo minha garganta travar ao avistar Erick. Sinto as lágrimas molharem meu rosto. Ele estava sentado, imóvel, mas coberto de sangue. Não, o que fizeram com ele…?! Erick…! Tento alcançá-lo, lhe estendendo a mão, querendo tocá-lo, mas ele não se move e eu continuo sendo puxado para o mar, mesmo lutando incansavelmente contra eles.
Penso em desistir, sentindo meu rosto molhado pelas lágrimas de angústia. Talvez seja melhor eu afundar, acabar com essa dor crescente, que não me deixa em paz. As dores em meu corpo aumentavam, como se cada cicatriz estivesse sendo refeita.
Olho para Erick mais uma vez, querendo socorrê-lo, mesmo que fosse eu a estar afundando, mas tudo piora quando vejo Janet sentada ao lado dele. O quê…? Ela também sangrava. Não… ela também…? Quem a machucou…?!
— Não…! — Tento chamá-los, mas a voz não sai, e dessa vez sou puxado com brutalidade, minhas pernas já cobertas pela água. Janet estava com uma expressão séria, abraçando os próprios joelhos e me olhando fixamente.
