Eles sabem que deveriam se manter afastados, mas a atração entre eles é inegável e implacável. Erick e Três sobreviveram ao pior nas mãos do homem que destruiu suas vidas, e agora se veem presos à filha de seu algoz. Cada passo na direção dela é um...
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Vejo Janet entrar na casa, seu andar determinado fazia dela a mulher que ela nasceu para ser. Mesmo que nem ela note esses pequenos detalhes. Meu olhar está sempre nela, a todo momento, então é fácil perceber. Certas atitudes, mesmo que sutis, fazem dela a Fontannelle que ela é. Uma mulher da elite, e que inconscientemente, sabe o que tem que fazer.
Olho para Três, que sempre quando está perto dela seu corpo enrijece, sua feição endurece, como se construísse uma armadura contra ela e pelo o que já passei com essa mulher dos infernos, sei que essa armadura pode ser quebrada em breve, apesar de admitir que Três consegue ser bem mais resistente do que eu nessas questões. Ele tem seus motivos…
Dou um suspiro pesado, me encostando na parede e acendendo um cigarro, relaxando um pouco. Três se vira, agora seu olhar em mim, me avaliando.
— Você parece puto — comenta, tirando o cigarro da minha boca e se encostando na parede ao meu lado, com um tom de desinteresse, mas que na real era pura provocação. E realmente estou. Janet está cada dia sendo ainda mais comentada entre o público masculino, especialmente entre eles. Ela não é só um rostinho bonito, e sei que aparência conta pra caralho nesse mundo, mas tudo nela encanta. A voz doce e gentil, o sorriso que tem como bônus um par de covinhas nos cantos da boca, um corpo de tirar o fôlego e uma força que nem todas são capazes de ter. Depois de tudo, e saber um pouco da vivência dessa mulher, posso dizer que ela tem um psicológico forte pra caralho, porque Três e eu também contribuímos para parte dos seus pesadelos, no entanto, ela continua de pé, sorrindo e agindo como deve agir.
Talvez seja isso que fez minha armadura ser destruída perto dela. Mas ainda me irrita ter que lidar com um bando de filhos da puta, mandando presentes e qualquer porcaria para atrair a atenção dela. O problema está se eles tentarem algo mais direto, mais físico. Cansei dessa merda, porque não vou tolerar eles invadirem um espaço que é nosso. E garanto que se chegar a esse ponto… eles encontrarão Três e eu pelo caminho.
— Não sei do que está falando — respondo e ele me encara, entortando levemente a cabeça e como eu não devolvi seu olhar, ele parou na minha frente, apoiando a mão na parede ao lado da minha cabeça, devolvendo o cigarro para minha boca após dá mais uma forte tragada.
— Você é mesmo um mal-humorado por natureza. Transou e ainda está bravo? — Insinuou, e eu o encarei, arqueando uma sobrancelha. Ele soprou uma curta risada, erguendo a mão e tocando meu pescoço. A região estava estranhamente sensível e arrepiou minha espinha ao breve toque, que tento disfarçar. Ele não percebe que o efeito que provoca em mim está além de qualquer provocação superficial. — Ela fez um estrago com você. Hum… estou com inveja — lamentou e então contorno um sorriso de canto, tragando o cigarro e soltando a fumaça, a vendo bater contra seu rosto, que agora estava ainda mais perto do meu.
— Dela ou de mim? — Insinuo e ele ergue o olhar para mim, um brilho se intensificando que bem conheço. Ele não me responde, apenas ri, mordendo o lábio inferior, gesto esse que prendeu minha atenção por mais tempo do que o normal.
