³¹ 1 month

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— NI-KI 1 Mês

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NI-KI
1 Mês.

Apoio a cabeça no travesseiro e encaro o teto do meu quarto. A janela ainda tá ali, virada direto pra janela dela. Sinto o peso da conversa de agora há pouco batendo de verdade. Hannah vai embora, Daqui a um mês. E eu... não tava preparado pra isso.

Fecho os olhos, tentando tirar isso da cabeça, mas a imagem dela, com aquele sorriso de canto e a risada meio debochada, fica gravada na minha mente. Parece que faz pouco tempo que a gente começou a ficar, que ela virou essa presença constante no meu dia. E agora, do nada, tenho um prazo. Um mês.

— Que merda. – sussurro pro nada, sentindo um nó estranho no peito. Não lembro da última vez que me senti assim por alguém, mas com a Hannah... é diferente. A gente briga, se zoa, faz besteira junto, e eu gosto desse jeito leve dela, desse jeito que ela me deixa ser eu mesmo. E pensar que em um mês ela vai estar longe... dói mais do que achei que doeria. –

Reviro na cama, tentando achar uma posição melhor para dar um cochilo, mas nada funciona. Minha cabeça tá a mil. Eu podia ter feito alguma coisa? Sei lá, dito alguma coisa pra ela ficar? Parece besteira, mas agora começo a pensar que podia ter falado mais sobre como gosto de ficar com ela. Sempre fui do tipo que segura as coisas, que não demonstra muito, mas talvez agora isso me custe algo de verdade.

Respiro fundo e abro os olhos de novo, encarando o escuro.

— Um mês…  – repito pra mim mesmo, tentando processar essa ideia. Vou fazer valer a pena, não tem outro jeito. Se só temos um mês, vou fazer cada dia com ela ser especial, nem que eu tenha que inventar o rolê mais doido de todos. Ela merece isso, e, sinceramente, eu também. Não vou deixar a gente acabar só porque a gente tem uma contagem regressiva.–

Passo a mão no rosto, tentando afugentar esse aperto no peito. Mais tarde vamos sair, e se depender de mim, ela vai lembrar de cada segundo que a gente passar junto.

— ♡ —

Espero na frente da casa dela, com as mãos no bolso, fingindo que tô tranquilo, mas tô longe disso. Depois da nossa conversa, parece que cada segundo que a gente passa junto tem um valor diferente. E agora, ver ela descer as escadas é como ver uma cena de filme.

Ela aparece na porta, e, caramba, ela tá linda. Hannah escolheu uma saia cargo de jeans cinza e um cropped preto, que realça as curvas dela e dá um ar mais leve, mas ao mesmo tempo elegante. A roupa é simples, mas tem um caimento perfeito. Ela completou o look com uma jaqueta de couro preta jogada nos ombros e um par de coturno, que dão aquele toque mais descolado que é a cara dela. O cabelo dela tá solto, caindo em ondas leves, e ela passou só um pouco de brilho nos lábios, o suficiente pra chamar atenção de um jeito sutil.

Ela sorri de um jeito tímido ao me ver, e eu demoro um segundo a mais pra conseguir responder.

— Tá me olhando assim por quê? – Ela pergunta, com uma risadinha, olhando pra mim com aquele brilho nos olhos. –

— Ah... sei lá, só que você tá... muito gata. – Meio sem jeito, coço a nuca, mas é a única coisa que consigo pensar em dizer. – para com isso, você me deixa nervoso.

— Você fala isso como se não tivesse o espelho em casa. – Ela revira os olhos, rindo. –

— Bora, antes que eu tenha que te lembrar disso o caminho todo. – Respondo com uma risada e faço um gesto pra ela me acompanhar. –

A gente começa a andar lado a lado, o clima leve, mas ainda assim com aquela sensação de que cada momento agora importa mais.

A gente anda pelas ruas sem rumo, só aproveitando a companhia um do outro. Parece que depois da conversa de ontem, tudo mudou um pouco. Ela anda ao meu lado, tomando um café pra viagem que pegamos numa cafeteria pequena, onde paramos pra descansar. A noite tá tranquila, e mesmo sem saber pra onde estamos indo, só o fato de estar com ela torna tudo melhor.

Depois de algum tempo caminhando e rindo de histórias de quando nos conhecemos pela primeira vez, a gente se depara com um parquinho. Ela aponta animada pra uma casinha de madeira que tem no canto do lugar, e dá aquele sorriso travesso que eu já conheço bem.

— Vamos lá? – ela sugere, e eu dou de ombros, achando engraçado o jeito que ela sempre encontra graça nas coisas mais simples. –

Entramos na casinha de madeira, nos ajeitando ali dentro, mesmo sendo um pouco apertado. Ela se encosta na parede e me olha com um brilho no olhar, o tipo de olhar que faz eu querer ficar ali pra sempre.

— Você já parou pra pensar que a gente vai ter que lidar com essa distância? Tipo... isso aqui, nós dois... o que a gente tem?— Ela suspira, como se tivesse algo preso na garganta. A voz dela sai meio hesitante, e eu sei que ela tá falando do "quase relacionamento" que temos, sem nunca ter colocado um nome. –

Eu suspiro também, tentando organizar os pensamentos.

— Penso nisso mais do que deveria. Mas... talvez a gente não precise rotular nada agora. Só... aproveitar. – Tento ser direto, mas o jeito que ela me olha mostra que essa resposta não tá sendo o suficiente. –

—Aproveitar, né? Tipo a gente sempre faz. – Ela dá uma risadinha, meio sem graça. –

— A gente tá junto de qualquer jeito, não tá? – Dou um sorriso e seguro a mão dela, entrelaçando nossos dedos. –

— Tá, então vamos fazer isso valer. Tipo... sem complicar as coisas. Só a gente, como sempre foi. – Ela deu um sorriso e voltou a atenção nos meus olhos depois de olhar para os meus lábios, ela me deixa maluco... e ela sabe muito bem disso. –

Eu me aproximo pegando na cintura dela ali mesmo e beijo ela, já conhecendo a sensação, mas com um toque diferente agora. Mesmo já tendo feito isso várias vezes, dessa vez parece ter um peso novo, uma urgência de aproveitar o agora. Ela segura minha nuca, aprofundando o beijo, e tudo ao redor some.

Quando a gente se separa, ela se encosta na parede fechando os olhos, como se quisesse ficar nesse momento por mais tempo. Fico ali, segurando a mão dela, e percebo que, mesmo sem rótulos, a gente tem algo que vale muito mais.

Continua...

Continua

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Three Meters Away   ||♧Nishimura Riki / Niki♧||Onde histórias criam vida. Descubra agora