O Legado do Desejo

11 - Entregues ao Desejo

Meryl, Christiane e Julianne estavam jogadas no sofá da sala, os corpos entrelaçados, ofegantes e satisfeitas, mas ainda imersas naquela atmosfera de luxúria e intimidade. A sala parecia mais quente, como se tivesse absorvido o calor de seus corpos e os ecos do prazer que haviam compartilhado. Os sorrisos delas eram cúmplices e as risadas, leves, como se estivessem flutuando em uma bolha de êxtase.

Julianne traçava círculos preguiçosos com os dedos na pele do braço de Meryl, enquanto Christiane depositava beijos suaves no ombro dela. As três trocavam olhares íntimos e pequenos carinhos, como se o tempo tivesse parado ali, naquele momento. Ainda assim, não era um fim — apenas uma pausa. O desejo que preenchia o ambiente não havia se esgotado, apenas recuado para tomar fôlego.

— Acho que isso foi só o começo — sussurrou Julianne, com um sorriso malicioso e os olhos brilhando.

— Você está certa... — respondeu Meryl, respirando fundo. — Mas eu acho que precisamos de um banho, ou vamos nos afogar no nosso próprio suor.

Christiane soltou uma risada baixa e preguiçosa, enquanto passava a mão pela cintura de Meryl e a puxava mais para perto.

— Um banho é uma excelente ideia. Nada como água fria para depois aquecer tudo de novo.

O corpo de Meryl reagiu ao toque familiar e provocativo de Christiane. Cada gesto parecia prometer que aquilo não terminaria tão cedo. Elas estavam cansadas, mas havia algo latente, como se seus corpos exigissem mais — e as três sabiam que resistir seria inútil.

— Vamos, então — murmurou Meryl, esboçando um sorriso enquanto se levantava do sofá com uma elegância descontraída. — Ou alguém vai ter que me carregar.

Torloni esticou o braço para ela, puxando-a para cima com um ar de falsa solenidade.

— Sempre ao seu dispor, madame — brincou, plantando um beijo suave na bochecha de Meryl.

As três se levantaram, ainda trocando toques furtivos enquanto caminhavam na direção do banheiro. O calor nos olhares, a promessa silenciosa em cada gesto, e a cumplicidade que já parecia inquebrável as envolviam. Era como se cada movimento delas carregasse uma intenção oculta, uma faísca pronta para reacender assim que a água lavasse o suor de seus corpos.

No banheiro, a luz suave tornava o ambiente quase etéreo, refletindo nas superfícies de mármore e vidro. Meryl abriu o chuveiro, deixando a água correr até alcançar a temperatura certa. O vapor começava a se espalhar pelo espaço, criando um ambiente íntimo e acolhedor.

— Acho que já cabe todo mundo aqui — disse Julianne, tirando o resto da roupa com a mesma naturalidade de quem estava em casa.

Julianne sorriu ao ver Meryl hesitar por um breve segundo antes de fazer o mesmo. Ela sempre adorou a elegância quase involuntária da amiga, mas havia algo ainda mais cativante em vê-la tão à vontade, despida de qualquer formalidade.

Quando as três se juntaram debaixo do chuveiro, a água deslizava por seus corpos, levando embora o cansaço e renovando a energia que todas sabiam que ainda precisariam. Christiane, sempre direta, não perdeu a oportunidade de passar as mãos pela cintura de Meryl, puxando-a de encontro ao seu corpo.

— Não sei quanto a vocês... — murmurou, a voz carregada de intenção. — Mas eu estou pronta para continuar quando vocês estiverem.

Meryl soltou uma risada suave, encostando a testa na de Christiane por um momento, antes de se virar para Julianne, que as observava com um sorriso divertido e ansioso.

— Então, é melhor não perdermos tempo — sussurrou Meryl, deixando suas mãos deslizarem pelo corpo de Julianne, sentindo-a tremer sob seu toque.

O banho, que começou como uma tentativa de recuperar as energias, rapidamente se transformou em mais uma dança de provocações e carícias. A água não era suficiente para esfriar o desejo que borbulhava entre elas. E ali, envoltas pelo vapor e pelo calor dos corpos, souberam que aquela noite ainda estava longe de acabar.