XV

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Carlos seguiu sua vida após aquela noite, tentando preencher o vazio que ela havia deixado

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Carlos seguiu sua vida após aquela noite, tentando preencher o vazio que ela havia deixado. As semanas se transformaram em meses, e ele se jogou de cabeça no mundo das corridas, tentando esquecer, ou pelo menos, se distrair. Sua imagem pública estava impecável, e seu foco nos treinos e competições o ajudava a manter-se ocupado.

Mas, por mais que se esforçasse, ele não conseguia apagar a lembrança dela. A vida noturna, as saídas com amigos, e até mesmo os flertes ocasionais já não tinham o mesmo brilho. Tudo parecia superficial, uma tentativa de preencher algo que se tornava cada vez mais evidente: ele sentia a falta dela.

Certo dia, durante uma visita a seus pais, Carlos estava sentado na varanda da casa, pensativo. Antonio percebeu o humor do filho e se aproximou, sentando-se ao seu lado.

— Ainda pensa nela, não é? — perguntou Antonio, como se lesse os pensamentos do filho.

Carlos assentiu, tentando disfarçar a dor que lhe apertava o peito.

— Sim, penso. Mais do que gostaria de admitir. Mas, ao mesmo tempo, sinto que tomei a decisão certa. Eu não estava pronto para o que ela precisava, para o compromisso que ela merecia.

Antonio ouviu em silêncio, e então colocou a mão sobre o ombro de Carlos.

— Carlos, às vezes, fazer a escolha certa não significa que será fácil. Você sabe disso. A vida que você escolheu, o compromisso com as corridas, com sua carreira... essas são escolhas difíceis. Mas algumas coisas não podem ser substituídas.

Carlos olhou para o pai, tentando processar aquelas palavras.

— Então, você acha que eu errei ao deixá-la ir?

Antonio suspirou, ponderando a resposta.

— Acho que você fez o que achava ser o melhor na época. Mas o amor, filho, nem sempre espera o momento certo. Ele simplesmente acontece, e cabe a nós decidir se vamos aproveitar ou deixar passar.

Carlos ficou em silêncio, refletindo sobre aquilo. Ele sabia que seu pai estava certo. Havia deixado o medo e a indecisão o impedirem de lutar pelo que poderia ter sido algo incrível. E agora, era tarde demais.

Dias depois, durante uma corrida, ele a viu na plateia, ao longe. Ela estava ao lado de um grupo de amigos, sorrindo, como se a ausência dele não tivesse feito diferença. Aquilo mexeu com ele mais do que qualquer outra coisa. Ela parecia feliz, livre de toda a dor que ele sabia ter causado.

Após a corrida, Carlos sentiu um impulso de ir falar com ela, mas algo dentro dele o conteve. Ela havia seguido em frente, e ele sabia que não tinha o direito de interferir na vida dela novamente. Resignado, observou-a de longe, em silêncio, enquanto aceitava que, naquele instante, ela estava fora do seu alcance para sempre.

Carlos percebeu, finalmente, que o amor que perdera era o tipo de amor que só surge uma vez na vida.

Segredo-Carlos SainzOnde histórias criam vida. Descubra agora