Capítulo 6. O privilégio de poucos

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A célula central é conhecida como, à nova Roma. Era um núcleo privilegiado onde seus habitantes eram chamados de, Sagrados. Um jovem destacava-se por sua mente brilhante, mergulhada em tecnologia e desenvolvimento científico. Victor era um prodígio, cercado por um mundo de conforto e inovação. Não precisava lutar por nada, pois já nascera em meio ao luxo. Sua vida era adornada por conquistas modernas, avanços científicos e tecnológicos, mas, paradoxalmente, era a futilidade de tudo aquilo que o corroía.

Seu pai, um magnata do ramo imobiliário, e sua mãe, uma socialite que vivia de aparições em capas de revistas, viam os Jogos como um espetáculo conveniente, uma nova oportunidade de ostentar privilégios. Para eles, aquilo era apenas mais um evento, mais uma vitrine. Mas para Victor, aquilo era um vazio insuportável, uma falta de propósito que o prendia em uma bolha fria e irreal.

— Você não entende, mãe — exclamou ele, a voz carregada de frustração durante uma discussão. — Nada disso importa. Essas festas, esse dinheiro… é tudo uma farsa!

— Claro que importa, Victor — retrucou sua mãe, a irritação presente em cada palavra. — É assim que mostramos ao mundo quem somos, nossa superioridade,  esse é um privilégio de poucos.

Quando a NAVIM o convocou para os Jogos, Victor enxergou a chance de romper aquela monotonia opressiva. Finalmente, poderia fazer algo que talvez tivesse significado. Ali, fora do conforto, talvez pudesse lutar — não por aparências ou superficialidades, mas por algo que tocasse seu espírito, algo que, apesar de ainda indefinido, já pulsava dentro dele.

— Talvez isso me dê uma razão para continuar — pensou ele, aceitando o convite, na esperança de descobrir um propósito que fosse, enfim, real.

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