Controle Celular

Capítulo 4. O Refúgio da natureza

Os laicos

Esta célula era dedicada aos seguidores de antigas crenças e religiões pagãs. Aqui, os habitantes reverenciavam a natureza, praticavam rituais ancestrais e viviam em harmonia com os ciclos do mundo natural. As florestas eram sagradas, e a espiritualidade permeava tudo, desde as colheitas até as relações sociais.
Entretanto, mesmo em uma sociedade que pregava a liberdade espiritual e o respeito pela Terra, a NAVIM havia encontrado uma maneira de manipular. Eles mantinham os pagãos em uma bolha de isolamento, controlando suas interações e limitando o acesso ao conhecimento. A ciência e a tecnologia eram suprimidas, e as pessoas acreditavam que estavam vivendo de acordo com os antigos costumes, enquanto, na verdade, estavam presos em um ciclo de primitivismo, projetado para mantê-los facilmente governáveis.

Rose vivia na célula conhecida por defender a ecologia e o indigenismo. Naquele lugar, a espiritualidade estava profundamente enraizada na natureza e nos rituais ancestrais. Os deuses eram muitos, e a conexão com o mundo natural era vital. A vida na célula era comunitária, com todos trabalhando juntos e celebrando os ciclos da terra.

Ela era uma curandeira, aprendendo os antigos caminhos das ervas e poções com sua avó, Iara, a líder espiritual da vila. Rose acreditava que a natureza e seus deuses forneciam tudo o que precisavam para sobreviver.

— A NAVIM não tem poder sobre nós — disse Iara, em um de seus sermões diários. — Estamos além do controle deles, assim como nossos deuses.

Mas quando Rose foi chamada para os Jogos, sua comunidade ficou dividida. Alguns acreditavam que ela deveria ir para representar os deuses, enquanto outros temiam que se afastar de suas raízes os tornaria vulneráveis ao controle da NAVIM.

— O que os deuses dizem, vó? — perguntou Rose, com o coração apertado.

— Os deuses nos guiam, mas a decisão é sua. Você deve seguir seu coração, minha menina — respondeu Iara, com um olhar misterioso.

Com as palavras de sua avó ecoando em sua mente, Rose decidiu aceitar. Ela lutaria em nome de sua fé, e provaria que sua cultura ainda tinha um lugar no novo mundo.