Capítulo 9. Um sorvete para relaxar

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Saulo respirou fundo, observando a empolgação dos amigos enquanto pensava nas semanas que viriam. Estava claro que, apesar do entusiasmo, uma ponta de ansiedade o acompanhava. Ele sorriu, tentando se soltar, e disse:

- Tenho alguns dias ainda para me preparar, e pelo que dizem, cada edição dos jogos é imprevisível. Já ouvi histórias completamente diferentes de outros participantes, e nas transmissões dá pra ver que nada é igual. Então, só me resta me preparar para... tudo, eu acho - completou, rindo, finalmente relaxando um pouco.

Lucas, sempre o mais animado, deu uma risada e balançou a cabeça.

- Cara, eu acho isso incrível. Tenho até uma inveja santa de você, meu amigo! Já pensou se todos nós fossemos escolhidos juntos e competíssemos no mesmo mês? Seria épico!

Mateus, mais realista, interrompeu:

- Não é bem assim que funciona. Os competidores do mesmo distrito raramente se encontram. Nos últimos jogos, a maioria dos desafios foram individuais, mesmo com o aumento de participantes das Células.

- Sim - comentou Saulo. - Eles misturam desafios físicos e psicológicos. Às vezes tem as arenas mistas e as batalhas em equipes, mas nunca dá pra prever. Quem será que inventa essas provas excêntricas e sádicas? Deve ser aquele maluco do Arquiteto.

João soltou um riso abafado, mas Miriam deu-lhe um cutucão no braço.

- Ei, cuidado com o que fala! Até as árvores têm ouvidos, e esses drones sobrevoando nossas cabeças não estão lá por acaso. Eles podem captar tudo que dizemos - sussurrou, cautelosa.

- Isso mesmo, cabeça de vento! - exclamou Maria, lançando um olhar de reprovação para o irmão. - E, pensando bem, a cidade-arena é tão imensa que seria realmente raro você topar com alguém conhecido, mas com todas essas mudanças, qualquer coisa é possível agora.

Já instalados na mesa da sorveteria, cada um com seu sorvete, o clima estava mais leve. Saulo saboreou uma colherada e continuou, olhando para o grupo com um ar pensativo.

- Os jogos estão cada vez mais realistas. Os trajes, a imersão nas simulações... parece que estão investindo muito nisso. Ouvi dizer que alguns participantes passaram mal depois dos jogos e precisaram de tratamento psicológico. Parece que a realidade aumentada é tão intensa que você se esquece de que é só um jogo.

Mateus assentiu, engajado na conversa.

- Isso é verdade. As armaduras estão ficando cada vez mais realistas, com upgrades constantes. Dizem que a conexão neural com os trajes intensifica as habilidades, como se você fosse realmente parte daquela realidade.

Saulo suspirou, tentando manter o otimismo, mas a tensão era perceptível em sua expressão.

- Bom, só vou saber como tudo realmente funciona quando chegar o dia. Que Deus me dê forças - disse, com um sorriso nervoso.

Lucas deu-lhe um leve empurrão no ombro e sorriu, tentando animá-lo.

- Ei, confia. A gente vai estar torcendo por você. Vai lá e mostra do que você é capaz, Saulo!

O grupo riu e concordou, renovando a energia e a confiança de Saulo. Aquela conversa, em meio aos amigos, parecia dar-lhe a coragem que ele precisava para encarar os dias de preparação que viriam.

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