Capítulo 5. A Visão dos Liberais

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Marcos caminhava pelas ruas de sua célula, chamada de Cidade Livre, um nome que refletia a essência da vida liberal. Diferente de Saulo, Marcos cresceu em um ambiente onde a liberdade individual era o valor mais sagrado. As pessoas eram incentivadas a explorar suas paixões e seguir seus próprios caminhos, sem se prenderem a tradições ou doutrinas rígidas.

Os prédios na Cidade Livre eram altos e modernos, com fachadas de vidro que refletiam a luz do sol. Cafeterias e bares se espalhavam pelas esquinas, onde grupos discutiam de tudo, desde arte até políticas progressistas. A variedade cultural era vibrante; todos ali acreditavam que a diversidade de ideias era o caminho para o progresso.

Marcos trabalhava como analista de sistemas, sempre em contato com novas tecnologias e redes de informação. Na sua visão de mundo, o conhecimento era a arma mais poderosa, e ele se orgulhava de ser parte de uma sociedade que rejeitava o controle centralizado. A NAVI, porém, estava sempre presente. Embora sua célula fosse menos regulamentada que outras, ele sabia que suas informações eram filtradas. A sensação de estar sendo observado era constante, mas todos ali fingiam que eram verdadeiramente livres.

Em casa, Marcos vivia com sua irmã mais nova, Camila, que estudava design gráfico. Ela era o oposto dele: criativa e descontraída, sempre trazendo novas ideias sobre liberdade de expressão e direitos civis.

- Você ouviu falar dos Jogos deste ano? - Camila perguntou, enquanto jantavam juntos.

- Ouvi, sim. Eles estão dizendo que será mais brutal que nunca. - Marcos estava cético. Embora não se importasse com os valores tradicionais, ele não via sentido em competições controladas pela NAVI. - Não entendo por que insistem nisso. Ninguém realmente ganha.

Mas naquela noite, seu telefone tocou. Uma mensagem oficial da NAVI, convidando-o a representar sua célula nos Jogos. Ele hesitou, sabendo que aquilo ia contra tudo em que acreditava. No entanto, a oportunidade de influenciar o mundo de dentro era tentadora.

Ele olhou para Camila, que o encarava com um misto de orgulho e preocupação.

- Você vai ter que ir, não vai? - ela perguntou.

- Acho que sim. Talvez seja a única maneira de fazer alguma diferença.

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