Caminhei pelo quarto, tentando me conter. Fiquei assim por alguns minutos, até que ele finalmente teve a bondade de se juntar a mim outra vez.
- Está tudo bem? - Ele perguntou, me observando no canto do quarto, de braços cruzados.
- Quero que você sente. - Falei, sem rodeios.
- Por quê? - Ele rebateu, sua voz soando um pouco preocupada.
- Porque quero conversar com você.
Ele me encarou ansioso, e, tomado pela curiosidade, foi se sentar na ponta da cama, só para que eu falasse logo.
- O que foi? É alguma coisa com ela?
- Não. Ela está muito bem. - Respondi, sentindo meu sangue começar a ferver.
- Então o que foi? Você quer alguma coisa?
Encarei-o por algum tempo, tentando achar as palavras certas para começar aquela conversa.
- Quero. Quero uma coisa.
- O que é? - Ele se apressou em falar - Seja o que for, você sabe que pode pedir...
- Quero sexo.
Aquilo pode ter parecido um pouco inapropriado, mas eu não estava me importando muito com isso. O importante era passar o recado, da forma mais limpa e cristalina o possível.
Como Gustavo não respondeu, finalizei meu pequeno discurso.
- Agora, se for possível.
- Ahm... - Ele falou, se mexendo na ponta da cama e olhando para a parede oposta. Mas eu já estava preparada para a desculpa que viria a seguir, fosse ela qual fosse - É que... Minha cabeça, ela está me matando...
- E desde quando você nega uma trepada por causa de uma dor de cabeça? - Falei, agora completamente hostil.
Ele me encarou surpreso.
- Eu... Você sabe que meu dia foi cheio... - Ele começou, mas o interrompi sem a menor educação.
- Gustavo, não seja mentiroso! Se eu dissesse que estava passando mal, você não mediria esforços pra me levar pro primeiro hospital. Mas como tudo que eu quero é transar, depois de SEMANAS na seca, você parece indisposto?
Ele não respondeu, e pelo menos fiquei mais satisfeita por ele não ter insistido na mentira.
- O que diabos está acontecendo? Por que você não encosta um dedo em mim? - Falei, já não conseguindo mais disfarçar minha completa indignação.
- Amor...
- É porque eu vou ser mãe? Porque se for isso, tenho que te informar que continuo sendo mulher. - Falei, de forma amarga e irônica.
- Eu sei...
- Então é isso? - Insisti, já com vontade de chorar outra vez.
- Não! Não é isso!
- O que é então? Você não se sente mais atraído por mim? - Perguntei, sentindo uma leve dor no peito pela possível rejeição.
- Claro que sinto atração por você! - Ele respondeu, parecendo incrédulo.
- É porque eu estou ficando gorda? É a minha barriga? Meu corpo não está como você queria? - Gustavo suspirou, e por um segundo imaginei que ele estivesse começando a perder a paciência.
- Ana, por favor, não fale besteiras...
- Você tem se aliviado com outras mulheres? - Perguntei antes que pudesse pensar se aquela era uma pergunta adequada.
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De repente...Amor / Miotela
Fiksi PenggemarGustavo é um jovem de negócios, embora não saiba nem do que tratam os contratos que assina. Ana Flavia é uma prostituta de luxo, apesar de sentir-se extremamente mal por isso, não encontra uma saída para mudar a vida. Como havir de ser, os dois se e...