CAPÍTULO 12

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HANGE ON

Uma coisa é fato: o mundo tá pouco se fodendo pra gente. Ele nunca vai parar se sentirmos dor, se nos sentirmos triste, se nos sentirmos acabados.

Você tem que continuar a viver a vida independente do quão merda ela estiver. Você tem que viver ela mesmo querendo viver uma outra versão da sua própria vida.

E o caos é algo que nunca vai embora. Você quer viver, ser feliz mas, ah, puxa, aconteceu um problema. No meu caso, eu queria passar horas do meu dia com a garota que estou gostando mas, ah, temos um problemão pra resolver.

E há quem diga: talvez é só fingir que o problema não está ali, por momentos, só para viver fragmentos de segundos da paz. Mas no meu caso não há como. Esquecer o problema é sinônimo de suicídio.

Esquecer o fato de que há traidores entre nós é assassinato e suicídio. Tudo que for sinônimo de morte entra na lista.

Mas quando acorda ao lado de uma mulher aninhada em seus braços, que dorme profundamente... Às vezes dá pra esquecer 50% disso.

Adiciona mais 10%. Acabei de lembrar que nos beijamos na noite passada.

Olhei ao redor do quarto. Quantas horas dormimos? Ainda havia uma certa claridade, então estimulo que tiramos apenas um cochilo. E que cochilo gostoso, principalmente quando se tem quem gosta ao lado.

Eu sabia que tinha que sair dali e comparecer aos afazeres, afinal, haviam centenas de questões para serem resolvidas. Reiner e Bertholdt fugiram de novo. Bosta!

Mas era tão confortável ter (S/N) nos meus braços, como se eles tivessem sido feitos apenas para segurá-la. Apenas para ela. Ela.

Porém, tudo que é bom realmente dura pouco. Tenho que sair do quarto.

Tentei me desvencilhar lentamente (e com pouca vontade) do corpo dela, com cautela e calma, pois não queria acordá-la. Fui retirando lentamente sua cabeça do meu peito e fui colocando-a no travesseiro. Que sono pesado, nem acordou.

Finalmente, ela já estava totalmente descolada de mim. (S/N) dormia profundamente e... sempre falam que é estranho observar os outros a dormirem, mas, eu gostava de ver isso.

Balancei a cabeça lembrando de ter que sair do quarto. Virei em direção a porta e, quando fui dar o primeiro passo, senti algo segurando minha mão. Claro que ela tinha que acordar.

— Vai sair sem me dar um beijinho, poxa? — a voz rouca dela ecoou atrás, um pouco falha.

Meu Deus, eu quero deitar com ela de novo e dormir mais doze horas com essa mulher.

Virei e me deparei com ela sorrindo e meio levantada na cama. O seu cabelo estava meio bagunçado e sua expressão era de sono. Linda pra caralho.

— Não queria te acordar, meu bem. — ela sorriu mais forte quando as palavras "meu bem" saíram da minha boca. — Mas, eu posso te dar até dois, aceita?

Ela fez que sim e sorriu mais forte. Sentei na beirada da cama e peguei seu rosto com minhas mãos. Encarei cada mini detalhe daquele seu rosto, se eu tivesse tempo agora, beijaria cada parte linda dele. Beijaria ele inteiro.

Me aproximo dela e, lentamente, deposito um selinho em seus lábios. Porém, o que era para ser um selinho, acabou se estendendo um pouco.

(S/N) colocou seus braços em meus ombros e veio com o corpo mais perto. Eu segurei sua cintura e apertei com força, puxando-a para se colar em mim. Sinto seus dedos puxando fios do meu cabelo, penetrando e os fazendo de apoio.

Ela acordou animada.

Minha mão foi descendo um pouco mais da sua cintura. Sempre fico atenta se ela poderia soltar algum sinal de "Hange, você está indo longe demais". Porém, eu só tinha sinais de: "Hange, continua!".

Em outra...realidade? (Hange Zoë x Fem!Reader)Onde histórias criam vida. Descubra agora