Capitulo 1.

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Era fim de tarde de novembro, as flores marcavam a primavera. Uma tardezinha gostosa e amenua, eu estava andando de bicicleta pela beira da pista, o vento suave sobre meus cabelos alourado, meus olhos castanhos levemente serrados contra o vento e o cheiro agradavel de flores no ar, tornavam a pedalada de volta para casa muito mais prazerosa.
Contemplo a paisagem que tenho a honra de preseciar todos os dias, o mar banhado pelo por do sol, e os passaros admirando a mesma beleza, do outro lado da pista, uma ruazinha de terra um pouco mais a baixo da lugar ha um ou outro carro, algumas casas e.... uma praça, aquela praça, uma praça que me traz boas e mas lembranças, mas infelizmente apenas a pior delas ronda minha mente todos os dias impiedosamente.
Paro a bicicleta, e fico olhando a tal praça por uns instantes. Vejo uma garota que deveria ter por volta de uns 13 anos, mas ela não esta sozinha, tem mais alguem com ela, uma garota um pouco maior, e... não.... não pode ser, é o Igor? não pode, ele esta morto. Paro por um minuto tentando absorver tudo, a garota ao lado dele é a Jade, mas ela parece tão mais nova, e... eu??? sou eu??? o que estou fazendo ali?, como se estou aqui. Mas estou diferente.
A suposta "eu" se abaixa e pega algo no chão e entrega para Jade, que coloca em sua orelha. Era um brinco.
Um brinco, três anos atrás, era isso, a cena, estava tudo acontecendo ali, diante dos meus olhos novamente, mas como? sera que estou sonhando? é, so pode ser isso. "acordaaaa!, acordaaaa!"
Grito tão alto, que um senhor para ao meu lado e me chama.
-tudo bem querida?, acalme-se, o que esta havendo?
-não pode ser
-o que não pode ser, posso ajuda-la? quer que chame alguem?
-moço, o senhor esta vendo aquelas pessoas? ali na praça?.
-sim, duas garotas e um menino, que que tem eles?
Saio correndo e o largo ali, junto a minha bicicleta que agora estava jogada no chão. Me aproximo da praça aos prantos.
-eiii, Igor?????
Era nessa hora, estava quase, se tudo acontecer novamente, o homem que tentara nos assaltar aparecera em breve. O mesmo que tirará a vida de meu amigo.
-Igoooorrrr. -grito o mais alto que posso, mas ele não me escuta. -igoooooorr.
O que esta havendo? eles não conseguem me ver, mas porque vejo eles?, me coloco na frente dele, mas é como se eu não existisse, e ele me atravessa, como se eu fosse um fantasma.
Eu tenho que impedir que tudo aconteça novamente. Eu preciso.
Um carro para logo em frente a praça, o mesmo carro daquele dia.
-Boa tarde garotos, vocês sabem onde fica a rua dos pescadores?
Tudo vai acontecer de novo, tudo, meu pior pesadelo, diante de meus olhos novamente, e eu não posso fazer nada.
-A sim, o senhor entra a direita depois na segunda a esquerda.
- Que ótimo, agora me passe tudo o que tem,bem quietinho.- falou isso apontando o revolver para o Igor e fez sinal para que nós duas também nos aproximassemos.- vocês dua também, vamos.
Era agora...
Quando o Igor foi pegar o celular que estava em seu bolso, o bandido disparou.
Senti como se tudo estivesse acontecendo de novo. O carro saiu em disparada, nós duas ali ao lado de nosso amigo, a bala havia acertado bem em seu coração, sua camisa pólo branca, agora estava completamente manchada de vermelho, seus olhos azuis ainda abertos porem parados, seu boné vermelho caido ao lado.
Jade liga para a ambulância, mas ja era tarde, ele ja estava morto. Ele se foi, mais uma vez, e diante dos meus olhos. Eu nunca tive chance de dizer o que eu sentia por ele, era alem de amizade, e jamais teria.
Vejo a ambulância chegando, vejo novamente todos os procedimentos, vejo os pais deles aparecerem aos prantos e entrarem com ele na ambulância, vejo a praça rodeada de pessoas tentando entender o que acontecerá ali.
Tudo isso era demais para mim, isso não podia ser real, não podia, isso era um sonho, eu estava revivendo meu pior pesadelo, só podia ser isso.
-acordaaaaaa, por favor acordaaa- começo a chorar incontroladamente, e gritar- por favor.... por favor- minha voz vai ficando mais fraca.
Eu me sento no chão, ao lado do sangue de meu amigo, esta tudo vazio, não tem mais ninguem em volta, todos os curiosos que cercavam o local ja sairam, e só tem eu, apenas eu sentada no chão da praça, gritando como uma louca.
Começo a me sentir fraca, minha visão começa a ficar turva, e começa a apagar e apagar...

Se gostaram por favor deixem seus comentários para que eu possa continuar publicando novos capítulos. Obrigada :) .

O sabor do ventoOnde histórias criam vida. Descubra agora