Capitulo 6

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 Antes de seguir para aproxima aula, olhei para trás para ver Jake novamente, porem ele já havia sumido entre a multidão no corredor. Sem querer colocar expectativa demais, convenci a mim mesma que só seria um convite para o baile.

Minha vontade era mandar uma mensagem imediatamente para Any, respirei fundo e segui para aula de biologia, afinal qual seria a graça de contar uma coisa dessas, sem ver sua expressão. Ela já se estava na bancada aguardando por mim, nitidamente entediada.

- Olha quem parece bem melhor. – disparou ao me aproximar. – Falei que esse comprimido do meu pai é bom, não precisa agradecer, amigas são para essas coisas.

- Adivinha quem acabou de ser convidada para o baile? – perguntei ignorando sua gabação.

- Pare! – disse ela levantando a mão. – Preciso me preparar para ouvir isso. Desembucha, diz quem foi o nerd?

- Não foi nenhum nerd.

- Minha nossa! É pior do que eu imaginava. – Any disse antes que eu pudesse continuar.

- Jake! – falei, talvez mais alto do que devia.

- Para o mundo que eu quero descer. – Any se encontrava perplexa. – O novato, super gato! Amiga você arrasou!

A aula de biologia ficou em segundo plano, Any estava mais interessada em todos os detalhes do pedido, do que na composição célula da cebola, atividade passada pelo professor Finns. Que por sinal estava mais interessado em sua revista cientifica do que nos alunos.

Não foi por falta de procurar, mas não vi mais Jake no restante do horário escolar. Nem no intervalo, muito menos na aula de artes, outra aula que tínhamos em comum. Simplesmente havia desaparecido. Agora teria que esperar até segunda, para revelo.

- Beijinhos, amiga. – disse Any me deixando na porta de casa. Tudo que eu quero nesse fim de semana, é ficar deitada o tempo todo, até que enfim acabe. Preciso velo, incrível como parece tão dependente de um garoto que mal conheço.

O dia passou rápido, depois de comer quase um balde de pipoca assistindo filme de romance pela centésima vez, depois de ler a mensagem que minha mãe se atrasaria, fui direto para o banho. Ouvi meu celular vibrando sobre o criado mudo, quando sai do banheiro ainda enrolada na toalha.

PASSANDO EM SUA CASA EM 5 MINUTOS. POOL PARTY NA CASA DA EMILLY

Passei alguns segundos tentando lembrar quem é Emilly, até que recordei. Respondi normalmente que não havia sido convidada, e que já estava me preparando para deitar. Apenas uma desculpa, não gosto muito de festas. Antes que eu pudesse terminar de secar meu cabelo, o celular novamente vibrou.

TAMBEM NÃO FUI CONVIDADA, MAS VAMOS MESMO ASSIM. FIQUEI SABENDO QUE JAKE FOI CONVIDADO.

Any foi certeira, citando o único motivo que me faria sair de casa. Ela não é do tipo que aplicaria um golpe sujo desse, só para ter minha companhia em uma festa como penetra. Fico seriamente tentada, logo vem em mente lugar lotado, barulho, cheiro de cigarro, tudo que odeio em um lugar só. Por outro lado assim que fecho os olhos, o rosto de Jake surge nitidamente.

Sequei o cabelo enquanto pensava se deveria ir ou não, assim que terminei e decidi ir, escuto uma buzina do lado de fora. Any não estava de brincadeira, quando disse que estava chegando em cinco minutos. Mandei mensagem que já estava descendo, me troquei rapidamente, peguei a jaqueta sobre a escrivaninha e desci.

- Posso saber como a senhorita vai fazer para entrarmos em uma festa, sem que perceba que somos penetras? – perguntei entrando no carro.

- Até que fim mocinha, hoje é uma festa e não o baile. Porque tanta demora? – disse Any dando partida, e continuou antes que eu respondesse. – Não é só porque não fomos convidadas, que somos penetras.

- Hã? – disse sem entender nada.

- Pedi para meu par do baile colocar nossos nomes de ultima hora, Maya. – disse ela como se fosse óbvio. – Aliás, pedi para colocar seu futuro namorado, mas ele já estava na lista.

- Como? – disparei surpresa, e com enorme frio na barriga.

- Não sei, só sei que o nome dele estava lá e ponto. – Rebateu ela, enquanto olha pelo retrovisor se o batom estava borrado.

- Me refiro sobre futuro namorado, Annie. – falei seria.

- Amiga, não me leve a mal, mas você está completamente derretida por ele. – disse ela sorrindo. – Está escrito na sua testa.

Tentei contestar, mas não me surgiu palavras, talvez ela esteja certa. Ele me deixa tão vulnerável, que fico sem saber ao certo como agir, e assim entrego de bandeja que estou mexida por ele. Minha mente não consegue dirigir essa palavra paixão, recuso acreditar que seja isso, afinal ele não passa de um desconhecido.

- Chegamos! – empolgada, estacionando em um encostamento. A rua estava tomada de veiculo, embora não estivesse muito perto eu já podia ouvir a musica.

Seguimos em direção da multidão, a casa ficava no fim da rua. Any empolgada, enquanto estou completamente apreensiva, não sei se por causa dele ou pelo que estou preste a fazer, entrar em uma festa.

- Annie Forbes e Maya Sussman. – disse ela a um segurança careca e alto, que no mesmo instante procurou nossos nomes em uma lista de no mínimo dez folhas.

Sem dizer nada apenas liberando a passagem, seguimos em frente passando pela entrada, o ambiente estava lotado, tinha varias pessoas do colégio e pessoas que eu nunca tinha visto na vida, dançando, bebendo e fumando.

- Noite só esta começando! – gritou ela pulando, virando-se para mim continuou. – vou pegar uma bebida o que vai querer?

- Eu aceito um copo d'água. – disse meio ecoada, começando a me perguntar o que vim fazer neste lugar.

- Maya isso aqui é uma festa, e não um chá de bebe – disse ela cruzando os braços. – Fique aqui, vou pegar um poncho para nós.

No mesmo instante ela se enfiou no meio da multidão, fiquei em um lugar que me parecia à sala de estar, estava tão cheio que não conseguia ver o cômodo direito. Entre tantas pessoas uma me deixou em choque, ele era exatamente idêntico ao meu sonho. Seus olhos negros estavam fixos em mim, e me perdi naquela escuridão. Por um momento esqueci que havia uma festa ao meu redor.

- Desculpa. – disse uma garota ao se esbarrar em mim, me libertando do transe que me encontrava.

Quando voltei a olhar em sua direção, ele já não estava mais lá. Olhei em volta a sua procura, e vi que ele andava em direção ao fundo da casa, não pensei duas vezes, na verdade foi mais que instinto, segue-lo. Precisava saber quem ele era, aquela curiosidade me corroia por dentro.

Passando por uma porta que dava saída a área da piscina, que por sinal parecia mais cheia ainda, tanto fora quanto dentro d'água. Ele nem se quer olhava para trás, mas ao que tudo indica sabia que estava sendo seguido, mais do que isso, queria ser seguido.

Após seguir andando e esbarrando em varias pessoas, ouvi gritos. Vários gritos, e do nada toda multidão saiu correndo desesperados. Com toda aquela gritaria, fiquei parada sem saber o que fazer ou para onde correr, e do nada fui arremessada para longe.

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