Capitulo 7

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Foi tudo tão rápido, a gritaria, a correria, fui empurrada pra longe, indo de encontro ao chão. Instante antes estava caída, sentindo uma pontada de dor em meu braço esquerdo, segundos depois estava com a cabeça apoiada em Jake.

- Você esta bem? – perguntou ele tirando o cabelo do meu rosto.

Não respondi apenas assenti com a cabeça e me sentei. O local estava completamente vazio, enquanto aguardava a dor amenizar, ouvi uma voz mais que conhecida, berrar meu nome desesperadamente, correndo em minha direção.

- Garota que susto! Porque não ficou me aguardando no lugar que te deixei? – Any parecia realmente preocupada. – No momento do tumulto uma garota bateu em meu braço, derramando todo o drink em mim. – continuou se explicando sobre a mancha enorme em sua blusa.

- Acho melhor a gente sair. – disse Jake me levantando.

Estávamos chegando à sala, quando o som de sirene invadiu o local. Policiais entraram na casa, em seguidas os bombeiros. Fiquei sem entender o que de fato estava acontecendo, não tinha visto ninguém ferido.

- Atenção! – gritou um policial com autofalante. - Até segunda ordem, todos vocês deveram permanecer no local. Peço a colaboração de todos vocês, cada informação é preciosa. Agora, aguarde os oficiais com as pranchetas, eles irão recolher o testemunho de cada um.

- O que esta acontecendo? – perguntei.

- Só um minutinho eu irei atrás de informações. – disse Any olhando em volta.

- Parece que um animal atacou alguém. – disse Jake naturalmente.

- Animal? Que historia é essa? – Any logo disparou a pergunta, mas Jake deu de ombro. – Winston não tem histórico de ataque de animal.

- Vamos embora, essa investigação vai da em nada. – disse ele me puxando pela mão. Só agora havia percebido que estávamos de mão dada, senti minhas bochechas corarem, o coração batendo a mil.

- Espera! – falei, fazendo ele se virar e olhando em seus olhos. – Os policiais, temos que testemunhar.

- Maya esta com razão, se eles forem atrás da gente, não quero policia na minha porta. – tagarelou Any. – Pior pode achar que temos algo haver com isso.

- Foi só um ataque animal, como isso pode relacionar com a gente? – Jack franziu a testa esperando por uma resposta, eu e Any nos entre olhamos concluindo que ele tivesse razão.

-Vocês! – disse uma voz feminina, ao me virar vi uma policial do cabelo castanho claro e baixinha. Ela se aproximou sem dizer nada, depois de uns segundos nos encarando prosseguiu. – Onde pensam que vão sem se apresentar?

- Pensei que não havia necessidade de permanecer, ouvi uns dos policiais que foi apenas um ataque de animal. – disse ele se pronunciando.

- Acha o trabalho dos policiais desnecessário? –perguntou ela, visivelmente o encarando.

- Não, não foi isso que quis dizer. – respondeu ele, enquanto eu e Any permanecíamos caladas.

- Sorte as de vocês que eu estou de bom humor, poderia encarar isso como desacato a autoridade. – rebateu a policial, automaticamente me fazendo pensar como seria ela de mal humor. – Quem de vocês estava na área da piscina.

Ergui a mão direita sem falar nada, olhei para Jack que assim como Any não mostrou sinal algum, ela apenas me fuzilando com o olhar, como quem queria dizer "quem mandou você falar".

- Nome? – perguntou a policial.

- Maya Sussman. – respondi um pouco apreensiva.

- Agora me diga tudo o que você viu. – ela indagou olhando diretamente para mim.

- Nada. – disse sem saber o que dizer, deveria falar sobre o garoto do meu sonho?Se parecia muita loucura pra mim, imagina o que ela pensaria sobre isso. Vendo que ela ainda espera que eu dissesse algo continuei. – Apenas sai para conhecer a casa, e do nada comecei a ouvir gritos e o pessoal sair correndo.

- Não tem mais nada a acrescentar? – perguntou ela, na expectativa de eu ter deixado passar algo, mas já estava decidida a não contar nada sobre o garoto. Depois de pedi meu documento e endereço de minha casa, ela acrescentou. – Estão dispensados, aconselho voltar pra casa até que tudo esteja sobre controle.

- Que historia é essa? – perguntou Any quando estávamos afastados de mais para a policial ouvir. – Por acaso você esta querendo um b.o? Não era pra você ter falado que estava lá.

- Você sabe não gosto de mentir. – disse olhando para ela, enquanto revirava os olhos numa careta.

- Você quer uma carona Jack? - disse Any desligando o alarme do caro.

- Obrigado, mas não precisa. Eu vim para esta festa com uma prima, ela já esta me aguardando. - disse ele parada em frente o carro.

- Boa noite então. – Any disse entrando no carro.

- Boa noite! – minha voz soou um pouco falhada, e novamente senti minhas bochechas cocarem.

Devido ao acontecimento, mal me dei conta que Jack ficou o tempo todo ao meu lado. O fez pular de alegria por dentro, mas precisava me conter. Pelo retrovisor vi que ele aguardava imóvel enquanto o carro se locomovia, achei fofo, parecia querer ter certeza que estávamos seguras no carro, e indo pra casa.

- Estranho.. – disse Any quando não foi mais possível ver ele. – No prontuário escolar, não consta que Jack tem algum parente na cidade.

- Como sabe essas coisas? – perguntei surpresa.

- Deeeer! Esqueceu que minha prima Cristinie trabalha na secretaria da escola? – Any caçoou. – Confesso que no primeiro dia fiquei louca por ele, então fui obter informações. Isso já passou, fique tranquila, agora ele é todo seu.

Não sei por que ainda me surpreendo, tratando de Any tudo é possível. Ela continuou tagarelando algumas besteiras quando do nada ele apareceu no meio da estrada, sendo iluminado pelo farol. Any pisou no freio, gritamos.

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